
Feminismo e pedagogia em A arte de trobar
Afonso Mendes Souto
Santiago Lopo ganhou em 2017 o Premio Xerais de Novela com esta obra. Quem se achegar a ela vai encontrar umha temática que se fai bem familiar, mas que é escrita com umha perspetiva muito especial. Para muita gente, tal temática, podia ser desejada havia tempo, mas a agilidade e a ótica com que está escrita fam com que o livro tenha um ar inovaor e mesmo seja especialmente recomendável para trabalhar com ele no ensino secundário, e nom só, como recurso.
A arte de trobar é um romance histórico medieval, com aventuras, histórias paralelas entrelaçadas e com mistério, mas afastado, na sua maior parte, da localizaçom dos castelos, espaço habitual neste ámbito, já que mais bem está localizada nos caminhos, o de Santiago, mormente, ou mesmo nas tabernas e no espaço urbano. Como acontecera com a passagem do Románico para o Gótico, a arte sai do interior dos muros de pedra eclesiásticos, para habitar o espaço das cidades que acabavam de eclodir, e onde as e os artistas já som independentes, civis... E é que estamos ante umha obra que basicamente fala de umha das expressons da arte gótica, a das cantigas medievais galego-portuguesas no século XIII.
Quanto à ambientaçom histórica, estamos ante um trabalho rigoroso, de investigaçom da época e da sua literatura, de certa erudiçom, mas que nom é pedante, porque a linguagem sempre é acessível e o conhecimento está ao serviço da história, nom ao contrário.
Umha das novidades principais, que mais dá nas vistas desta história, é a de nom só contextualizar as cantigas provençais, mas a de nos introduzir mais do habitual, com a sempiterna mençom quando falamos em lírica medieval, numha Occitánia da qual, por exemplo, se deixa claro que havia trovadoras (em occitano trobairitz).
O facto de incorporar a realidade das trobairitz entronca diretamente com a maior virtude da obra, se calhar, que é a de dar plenos poderes às mulheres dentro da realidade que implicava a realidade histórica da época. Nesta obra, elas, som as verdadeiras protagonistas, som pessoas de açom, nom passivas e submissas, som referentes por diversos motivos nos ambientes em que interatuam, som cultas e inteligentes. Lopo combina personagens femininas históricas e da ficçom que inventa e afasta-as do menospreço histórico que sofrêrom. Eis, portanto, o maior motivo polo que podemos levar este livro às aulas, já que, rompendo com tópicos históricos, A arte de trobar é sobretodo umha história feminista medieval, que pode contribuir na educaçom para igualdade.
Outro elemento interessante, especialmente para a cadeira de Língua e literatura galega, polo que podemos utilizar A arte de trobar como material de aulas é pola amenidade com a que se achega á lírica medieval. Nesta estória vemos, através da sua cenificaçom prática, quem compunha e interpretava as cantigas (trovadores, segréis, jograis e soldadeiras), porque alguns nomes históricos tamém som protagonistas de algumha passagem da estória (Bernal de Bonaval, Pero da Ponte, Maria Balteira entre outros). É dizer, as e os protagonistas da nossa literatura medieval saem do abstrato dos livros de texto para, aqui si dentro do Castelo durante uns capítulos, cenificar como entendemos que se compunham e representavam as cantigas para entreter na corte e tabernas.
Tamém, quem ainda nom o figesse e leia este livro, terá mais um motivo para ir ver o Vindel ao Museu do mar de Vigo antes que volte à Morgan Library nova-iorquina. Se os valores que este livro traz consigo, que nom som apenas os aqui desvelados, estivessem interiorizados polo nosso povo séculos atrás, o pergaminho com certeza hoje havia estar, mas de forma permanente, no lugar que lhe corresponde.
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