Autenticar
Main menu

A AEG utiliza cookies para o melhor funcionamento do portal.

O uso deste site implica a aceitaçom do uso das ditas cookies. Podes obter mais informaçom aqui

Aceitar
Carlos Garrido Carlos Garrido

Dicionário Visual da Através Editora, belo e eficaz recurso para a aquisiçom e aperfeiçoamento do léxico galego (e português)

cg20

Carlos Garrido

Entre o vasto e variegado elenco livresco que fica compreendido no seio da família dos dicionários, é o género dicionário visual o mais vocacionado, e mais eficaz, para o desempenho de umha funçom didática, quando o correspondente objetivo consiste em que o consulente aceda de forma ágil e amena (através de relances ou «golpes de vista») ao conhecimento de esferas fundamentais, ou especiais, do léxico de umha ou mais línguas. Dadas as profundas insuficiência e deficiência que hoje caraterizam os usos lexicais realizados em galego por umha esmagadora maioria de cidadaos cultos da Galiza, e que perfilamos na monografia Léxico Galego: Degradaçom e Regeneraçom (2011), e dada a nossa ocupaçom com a prática e com o ensino da traduçom, desde há tempo estávamos muito conscientes de que umha ferramenta fundamental para o galego, e, ao mesmo tempo, umha deplorável lacuna do reintegracionismo, eram os dicionários visuais abrangentes e de focagem geral, que tam bom serviço venhem prestando a aprendizes de segundas línguas ou de línguas estrangeiras, freqüentemente sob a forma de obras bilingues ou plurilingues. Todavia, este recurso didático e lexicográfico, embora utilíssimo para a aquisiçom do léxico, pola sua dupla natureza verbo-icónica, sempre se revela de elaboraçom exigente e de dispendiosa materializaçom, polo que esperávamos que, no caso do galego, tal empreendimento, se vinhesse a tornar-se realidade, só poderia ser assumido, nesta altura, por umha das grandes editoras, com orientaçom isolacionista e com forte subsídio da administraçom autonómica.

Por isso, é com grande satisfaçom que aqui podemos resenhar a grata surpresa da recente vinda a lume de um dicionário visual galego, abrangente e de focagem geral, e com óptica reintegracionista, o Dicionário Visual da Através Editora [1], obra em parceria de quatro docentes de língua portuguesa (Diego Bernal, Eugénio Outeiro, Iago Bragado e Valentim Fagim) e de umha ilustradora (Andrea López). Ao coordenador deste projeto, Valentim Fagim (codiretor da Através Editora) caberá atribuirmos o grande mérito de ter engajado e organizado umha equipa de colaboradores competente, tanto no plano lingüístico como no gráfico, e de ter planeado um resultado conjunto muito digno, como vamos ver, e dentro de umhas margens materiais e económicas que, ao mesmo tempo, nom podiam ultrapassar as dimensons de um empreendimento desassistido, injustamente, de ajudas públicas. É claro que, nas presentes circunstáncias de discriminaçom do reintegracionismo, nom se revela possível a umha editora como a Através elaborar um dicionário visual da extensom e das caraterísticas materiais, por exemplo, das primorosas obras clássicas da escola quebenquense de Jean-Claude Corbeil que estám disponíveis em diversas línguas internacionais (entre as quais, no galego-português de Portugal), mas insistimos em que o resultado efetivamente atingido por esta equipa da Através é verdadeiramente digno, assaz solvente e de notável proveito para a causa da nossa língua na Galiza.

O Dicionário Visual da Através Editora estrutura-se em 44 capítulos que abrangem 43 campos temáticos (o dos animais é tratado em dous capítulos), desde «As crianças» (cap. 1) até «A morte» (cap. 44), passando por ámbitos designativos fundamentais como «A família» (cap. 2), «A saúde» (cap. 6), «A roupa» (cap. 7), «A casa» (cap. 11), «O Natal» (cap. 27), «Desportos» (cap. 30), «Música» (cap. 32), «Na escola» (cap. 37), «O computador» (cap. 40) ou «A economia» (cap. 43). Cada um destes capítulos consta de duas pranchas, profusamente ilustradas a cores e rotuladas —como é típico do género—, e —como interessante caráter peculiar desta obra, que reforça a sua eficácia didática— é seguido por umha série de exercícios de revisom que servem para ativar (e alargar) o vocabulário adquirido na respetiva secçom. Por último, as duas epígrafes finais do Dicionário correspondem às soluçons dos exercícios propostos e a um índice alfabético remissivo dos termos incluídos nas pranchas.

À vista das pranchas oferecidas no Dicionário Visual da Através, cabe dizer que a seleçom de campos temáticos abordados, e, em cada campo, a seleçom de conceitos efetivamente designados, é assaz criteriosa, o que quer dizer que se trata de umha amostra do léxico geral da língua simultaneamente abrangente e representativa, sem que nos pareça faltar algum campo importante (como é de esperar de umha obra que aspira a combater a castelhanizaçom lexical da Galiza, um dos critérios de seleçom de conceitos designados, é, justificadamente, o contraste denominativo entre galego-português e castelhano). Quanto ao componente iconográfico, podemos afirmar a sua grande eficácia, a sua ótima comunicatividade, pois, num espaço relativamente limitado, e conjugando espírito estético e funcionalidade, a ilustradora consegue otimamente corporizar em expressivos e atraentes desenhos o conceito que os termos devem evocar, e estes surgem em rótulos dotados de clareza e precisom denotativas. Um valor adicional das pranchas verbo-icónicas do dicionário reside na integraçom de motivos e conceitos peculiares da Galiza, ausentes polo geral doutros dicionários visuais, como as personagens galegas do Natal e do Entruido, acidentes da geografia física e política galega, etc.

Do ponto de vista idiomático, diga-se que a obra galega em apreço é unilingue (se bem que a seleçom de conceitos e a conceçom dos exercícios de aplicaçom respondam com freqüência a um critério contrastivo com o castelhano) e está redigida na norma ortográfica e morfológica lusitana, embora proponha, no quadro da geral coordenaçom lexical com o luso-brasileiro que é constitutiva do reintegracionismo, um número moderado de legítimos particularismos lexicais galegos (frente às outras variedades do galego-português), os quais, em todo o caso, surgem convenientemente marcados (com o símbolo «gz») e confrontados com as respetivas soluçons utilizadas em Portugal (símbolo «pt»), no Brasil («br»), e, nalguns casos, mesmo em Angola («ang») e em Moçambique («mç»). Ainda que, tendo em vista a aprendizagem das diversas variedades nacionais do galego-português, tal medida se revele de sumo interesse para o consulente, quer-nos parecer que, com um fito galego mais exclusivista, teria sido mais eficaz restringir a informaçom lexical às variedades galega e lusitana, porque a inclusom, sobretodo, das variantes brasileiras complica em bastantes casos a rotulaçom e impossibilita umha caraterizaçom mais acabada da designaçom galega (género gramatical, registo, ámbito de uso, estatuto normativo), como comentaremos mais abaixo.

evando em conta todo o dito até agora, é claro que nos congratulamos enormemente da apariçom do Dicionário Visual da Através Editora e que o avaliamos como altamente recomendável e prestimoso para a causa da língua e do reintegracionismo. No entanto, a nossa análise da obra nom ficaria completa se nom assinalássemos aqui, também, com ánimo construtivo, algumhas falhas ou insuficiências, de importáncia secundária, que detetamos nas suas páginas ao longo da nossa leitura/contemplaçom, e de que a seguir deixamos constáncia, por se os autores as quigessem reparar em eventuais reediçons.

Antes de mais nada, no capítulo de «queixas», umha inconveniência derivada da confiança excessiva que os autores tenhem na eficácia comunicativa da norma morfográfica lusitana aplicada hoje ao galego. Na página 9, o dicionário assevera: «Na Galiza, esta grafia [terminaçom -ão] corresponde-se com três pronúncias possíveis, mas todo o mundo sabe como é». Pois nom, nom nos parece assim tam fácil! Claro, podemos esperar que todos os galegos leiam hoje bastão, corretamente, como bastom, e capitão como capitám, e talvez irmão como irmao, mas acontecerá o mesmo com palavras que nom circulam habitualmente no atual galego espontáneo? Muito receamos que nom! Por exemplo, lerám todos os consulentes do dicionário, corretamente, alçapão (pág. 135) como alçapom (e nom como *alçapám ou *alçapao)? E porão (pág. 147), corretamente, como porao (e nom como (*)porám ou *porom [2])? E leilão, corretamente, como leilám (e nom como *leilom ou *leilao)? E, enfim, ecrã (pág. 170), sem sombra de dúvida, como ecrám? Permitam-nos os autores que duvidemos muito, e que, por isso, lhes recomendemos umha anotaçom marginal dessas palavras na norma galega reintegracionista [3].

No domínio da (orto)grafia (que, em contra de um boato muito difundido, nom inclui a questom versada no parágrafo anterior, a qual é, na realidade, de natureza morfológica ou, antes, morfográfica), temos de consignar aqui a errática distribuiçom das maiúsculas que às vezes efetuam os autores do dicionário. Além da rechamante presença nos rótulos das pranchas de símbolos de país começados por minúscula (gz, pt, etc.), é de lamentar que, na pág. 86, os nomes do Sol, de planetas e de constelaçons (do zodíaco) surjam indevidametnte escritos com minúscula inicial, e que, na pág. 87, a Galiza e o Brasil figurem com minúscula inicial (enquanto Açores, Madeira e Portugal si apresentam a precetiva maiúscula).

No entanto, o aspeto, a nosso ver, menos satisfatório do Dicionário Visual da Através prende-se com o modo como os autores da obra procedem com certos elementos da configuraçom do léxico galego e com o modo de os apresentar na obra. Há alguns anos, lamentávamos num ensaio sobre traduçom científica que, no mundo do isolacionismo galego, nom era possível um avanço expressivo substancial por causa do seu quase absoluto fechamento aos progressos introduzidos no léxico galego polo campo reintegracionista e, nomeadamente, por causa da insolidariedade mostrada por alguns redatores e tradutores isolacionistas, que nom faziam uso nos seus textos de soluçons vocabulares ótimas que, anteriormente, e por coordenaçom com o luso-brasileiro, utilizaram autores precedentes (nom necessariamente reintegracionistas) da sua mesma especialidade. Infelizmente, tal insolidariedade lexical também se constata no Dicionário Visual da Através, com a agravante de a referência gratuitamente desconsiderada ser aqui do próprio campo reintegracionista. Referimo-nos, em primeiro lugar, a que os autores, mostrando um proceder que temos denunciado reiteradamente nos trabalhos lexicográficos do isolacionismo, nom declaram (no prólogo da obra) os critérios seguidos para a configuraçom do léxico galego, o que, neste livro didático, poderia efetuar-se, de forma suficiente, com umha caraterizaçom muito sintética, mas bem estruturada e justificada, da estratégia de coordenaçom com o luso-brasileiro; em segundo lugar, os autores nom mencionam umha referência fundamental para o projeto que abordam (o qual tem por base umha configuraçom reintegracionista do léxico galego), como é O Modelo Lexical Galego (2012), da Comissom Lingüística da AGAL (hoje continuada pola CL da AEG); de facto, observa-se que, nalguns casos, os autores desconsideram soluçons vocabulares propostas, com fundamento explícito, no MLG (algumhas, particularismos galegos), mas, em nengum ponto da obra justificam a razom das suas escolhas. Tenhem eles melhor critério do que a Comissom Lingüística da AGAL/AEG? Pode ser, mas em nengum momento participam aos seus leitores quais esses critérios e como os aplicam! Vejamos alguns exemplos em que o Dicionário Visual se mostra insolidário e leva a contrária ao MLG: fieito (pág. 103), em vez de fento; funcho (pág. 103), em vez de fiuncho (mas, de forma incoerente com esta soluçom, pág. 107: «moucho (gz) / mocho»!), freio ‘travom de automóvel ou de bicicleta’ (pág. 151 e 154), em vez de travom; fritar, em vez de fritir (pág. 63: fritadeira, em vez de fritideira [Gz]); menino (pág. 116), em vez de meninho; mijarmijada (pág. 80), em vez de mejar mejada... Mesmo nos crassos castelhanismos «mariposa / borboleta (br)» (estilo de nataçom, pág. 131) e mariposa ‘avelaínha, borboleta noturna’ (pág. 198)! À falta de umha explicaçom, escolhas como estas parecem ditadas pola improvisaçom, polo capricho.

Também em contraste com o prescrito no documento codificador da CL, o Dicionário Visual da Através propom com freqüência para o galego soluçons lexicais naturalizadas na atual Galiza pola alçada avassaladora do castelhano e alheias à variedade lusitana, mas «legitimadas» pola sua ocorrência na variedade brasileira: «bolinhas (gz, br) / berlinde (pt)» (pág. 122), «freio (gz, br) / travão (pt)» (pág. 151 e 154) e «patinete (gz, br) / trotinete (pt)» (pág. 155). Para além doutras consideraçons de peso em contra deste alvitre, o que cabe aqui objetar aos autores do dicionário é por que, entom, nom seguírom o mesmo critério em, por exemplo, «ventoinha / ventilador (br)» (pág. 74), «comboio / trem (br)» (pág. 83 e 147) ou «castanho / marrom (br)» (pág. 158)?

Duas palavras sobre os particularismos lexicais galegos. Umha boa quantidade deles som claros, indisputáveis, e constam bem indicados na obra, como «faiado (gz) / sótão» (pág. 54), «teito (gz) / teto» (pág. 58) ou «saltão (gz) / gafanhoto» (pág. 111); porém, há outros particularismos que mereceriam ser incorporados ao dicionário e que, incompreensivelmente, faltam (v. exemplos, como avelaínha, no parágrafo que precede o anterior!), e há outros efetivamente incluídos que apresentam problemas, como, por exemplo:

pág. 22: «fazer as beiras (gz) / engatar (pt) / paquerar (br)»: fazer as beiras nom é expressom de gíria, como as outras soluçons (necessidade de incorporar engatar e engate na Galiza!).

pág. 35: «padiola (gz), maca»: mas qual a relaçom entre padiola e maca? O termo maca corresponde ao utensílio na sua feitura moderna, e tal termo cremos que deve incorporar-se ao galego.

pág. 50: «chimpim (gz) / tombador»: chimpim é de registo popular, nom técnico!

pág. 62: «cunca (gz) / tigela»: tigela ‘recipiente para comer e beber’ também é soluçom galega!

pág. 71: «polo grelhado (gz) / frango grelhado»: mais genuíno, em galego, é o vocábulo pito.

pág. 103: «arume (gz) / agulha»: agulha tb. é galego, e caruma, Gz e Pt.

pág. 106: «cadelo (gz) / cachorro»: cachorro tb. é galego! (Como é que se dirá em galego cachorro-quente? Terá de dizer-se *«cadelo de leom»?!)

pág. 111: «cágado (gz) / girino (pt, br)»: girino é o vocábulo técnico, que deve ser usado também na Galiza no registo especializado (cágado é umha das muitas variantes populares existentes).

pág. 130: «seareiros(as) (gz) / adeptos(as) (pt) / torcedor(as) (br)»: devemos aceitar em galego o neologismo gratuitamente isolacionista improvisado na TVG?!

Para acabarmos de perfilar esta objeçom que levantamos à elaboraçom do Dicionário Visual da Através, queremos advertir que a forma de apresentar no livro a variaçom designativa de caráter geográfico pode ser confusa para alguns consulentes, de modo que, por exemplo, «larpeiro (gz), lambão(ona)» (pág. 43) pode ser (falsamente) interpretado no sentido de na Galiza nom se dizer lambom; «brêtema (gz), nevoeiro, névoa, cacimbo (ang)» (pág. 94), no sentido de na Galiza nom se dizer nem nevoeiro, nem névoa, e «engaço (gz), ancinho» (pág. 102 e 127), no sentido de na Galiza nom se dizer ancinho. De resto, em casos como estes, julgamos que os autores, seguindo o indicado no MLG, deveriam ter secundarizado (se nom omitido) tais particularismos galegos, os quais, frente às variantes comuns galego-luso-brasileiras, nom devem detentar na Galiza o mesmo estatuto normativo que estas (de facto, os próprios autores do dicionário, na pág. 151, só aduzem a soluçom faróis de nevoeiro, e nom *faróis de brêtema!). Também interessa chamarmos a atençom para a falta, nalguns casos, de umha conveniente distinçom entre registos ou ámbitos de uso, a qual, se, no seu contexto, nom se revela indispensável, por exemplo, no caso das expressons próprias da linguagem infantil da pág. 15, si teria sido necessária, sobretodo, no caso de «dar uma queca (pt), transar (br), foder», que surge na pág. 23 sem indicaçom de registo, e sem acompanhamento de fazer amor!

Por último no capítulo dos senons, umhas poucas observaçons respeitantes ao meu fraquinho temático. Acredito que, em justiça, apenas um tipo de especialista nom-lingüista pode ficar um tanto irritado com o Dicionário Visual da Através, e, que azar!, esse especialista é o zoólogo, como eu som! Com efeito, por um lado, o dicionário, indevidamente, escreve sem hífens as denominaçons vernáculas pluriverbais de grupos de organismos (ex.: *peixe sapo [pág. 67], por peixe-sapo; *urze branca [pág. 98], por urze-branca; *águia real [pág. 99], por águia-real; *bufo real [pág. 99], por bufo-real; *sapo concho [pág. 107], por sapo-concho) e, por outro lado, além de incorrer em mais inexatidons zoológicas das convenientes numha obra didática destas caraterísticas (v. parágrafo seguinte), a desenhista, em geral impecável, escorrega em duas vistosas incoerências verbo-icónicas que tenhem por vítima animais: na pág. 107 nom se vê, em contra do prometido, um moucho (atente-se na indevida presença de tufos auriculares!), e na pág. 118 nom se vê a lagosta anunciada na ementa, mas um bonito lobrigante (repare-se nas enormes pinças do bicho!).

Lapsos zoológicos adicionais detetados:

pág. 66: *«camarão / lagostim (br)», por «camarão-tigre, camarão graúdo, gamba». Tb. seria interessante incluir no dicionário «lagostim / lagostinha (Br)».

pág. 67: *«camarões, gambas», por «camarões».

pág. 111: *«cavalo-do-demo (gz) / libélula, libelinha (pt)»: os caval(inh)os-do-demo e as libélulas ou libelinhas som animais diferentes!

pág. 198: *cobra capuz, por cobra-capelo ou naja.

pág. 199: *«borboleta: inseto lepidóptero na última metamorfose»: definiçom errada, por «em estado adulto (imago), na última fase da metamorfose».

pág. 199: *«macaco: mamífero primata», por «mamífero primata da infraordem Símios, à exceção do homem».

Em conclusom, e deixando de parte os defeitos, de releváncia secundária, que aqui assinalamos [4], podemos dizer com grande satisfaçom que o Dicionário Visual da Através Editora vem preencher de forma brilhante umha sensível lacuna do reintegracionismo, e que ele representa um recurso muito importante e muito eficaz para a promoçom, nesta altura, da causa do galego, polo que damos os nossos cordiais parabéns aos autores e editores e fazemos votos para que a obra venha a desfrutar da difusom e reconhecimento que merece.

Notas

[1] Diego Bernal, Eugénio Outeiro, Iago Bragado, Valentim Fagim e Andrea López (ilustr.). 2019. Dicionário Visual. Através Editora. Santiago de Compostela.

[2] Tam difícil pode ser hoje para os galegos, nalguns casos, a terminaçom luso-brasileira -ão que, de facto, o que subscreve, e com ele toda a Comissom Lingüística da AGAL, utilizou a forma *porom em O Modelo Lexical Galego (2012). No entanto, porão, neologismo incorporado ao galego a partir do luso-brasileiro, provém de prão, e este de planus, polo que, do mesmo modo que chão, deverá ser lido em galego como porao.

[3] Para arredondarmos esta questom, e para os autores do Dicionário Visual tomarem, definitivamente, consciência das ciladas que, nalguns casos, a terminaçom -ão pode pôr aos galegos, será útil lembrarmos aqui aquele retrouso que o que subscreve inventou umha vez para explicar por que, em questom de pura naturalidade, a norma galega reintegracionista se revela superior à norma lusitana na sua aplicaçom ao galego: «A julgarmos polo som, são São Pedro e São Paulo».

[4] Para proveito e ilustraçom dos consulentes da obra (que assim poderám introduzir correçons in situ) e dos seus autores e editores (que assim poderám introduzir correçons numha eventual reediçom), a seguir consignamos outros (pequenos) lapsos que também detetamos no dicionário:

pág. 59: maçaneta é um puxador de forma arredondada (maçaneta provém de maçã: cf. cast. pomo), mas na ilustraçom a peça mostrada é alongada; portanto, puxador.

pág. 62: «máquina de lavar roupa»: é conveniente indicar a freqüente elisom de roupa: «máquina de lavar (roupa)».

pág. 66: «cabaça, abóbora»: estas duas palavras nom som sinónimas: cf. Recordes dos Seres Vivos: nota do tradutor 45 da pág. 170.

pág. 66: «abacaxi, ananás»: abacaxi é soluçom mais brasileira do que lusitana (e galega), polo que falta a correspondente marca geográfica.

pág. 91: «glaciar»: falta geleira (Br).

pág. 75: «ventoinha de teto / ventilador de teto (br)» falta «de teito (gz)».

pág. 86: melhor Úrano, prosódia etimológica, do que Urano.

pág. 91: *«floresta, mato»: o correto é «floresta, mata».

pág. 94: «brêtema (gz), nevoeiro, névoa, cacimbo (ang)». Nevoeiro e névoa nom som sinónimos estritos (névoa é um nevoeiro pouco denso). O correto teria sido utilizar só o sinónimo nom marcado, nevoeiro.

pág. 99: melhor a forma adaptada anoraque do que «anorak».

pág. 106: «cornos / chifres»: as duas palavras som sinónimas.

pág. 107: «pombo»: no Brasil, em contraste com o que acontece na Galiza e em Portugal, pomba é a forma nom marcada.

pág. 111: junto com carraça (Gz+Pt), falta carrapato (Br).

pág. 111: «vaga-lume (gz) / pirilampo (pt, br)»: vaga-lume também é soluçom lusitana e brasileira, e pirilampo, galega culta.

pág. 159: «caneta / esferográfica» (em referência a umha esferográfica): o uso preciso do vocábulo caneta é em referência a umha caneta de tinta permanente, a qual nom surge representada.

pág. 170: «ficheiro» (informática): falta «arquivo (br)».

pág. 182: «pote (gz) / mealheiro»: gralha por peto ‘pequeno recipiente para depositar pequenas quantidades de dinheiro aforradas’, como, de facto, em «peto de ânimas (gz) / alminhas» (pág. 187).

pág. 182: «magastar, esbanjar»: gralha por malgastar.

Última modificação emQuinta, 09 Janeiro 2020 23:46
Avalie este item
(3 votos)

6420 comentários

  • Enlabs Partners
    Enlabs Partners Domingo, 20 Agosto 2023 23:06 Link do comentário

    Mobsters have profited from video poker and extortionate lending to desperate people with gambling debts.
    We had reporters at the World Series of Poker in Las Vegas
    when Jamie Gold won his ring and changed the online gambling world,
    and we have representatives playing in the tournament
    each and every year. The goal of Casino Gambling Web is to provide each of our visitors
    with an insider's view of every aspect of the gambling world.
    Players can play from around the world. If you want to learn more about
    playing Texas Holdem specifically, check out our guide on how to play Texas Hold’em.
    Coming towards the main aspect of our argument that in no manner can it be justified that
    it is permissible to play the lottery or to take part in any form of
    gambling whatsoever will follow. The saddening
    thing however is that from the constant onslaught of the Modernity on Islam,
    the National Lottery will contribute a great deal towards their ultimate goal, the total assimilation of the Muslims into the British society.
    1. Islamic teachings urge the Muslims to follow Allah's directives, for earning a living, which is direct means for the attainment of His objectives.


    It means that you get unique and well-structured papers on time written in accordance with
    the required standards. We get involved with the news and sometimes we even become
    the news. We go well beyond simply reporting the news.
    The second area of gambling news we cover concerns itself with the Internet casino community.

    The more reliable payment methods (such as: Visa, Mastercard, Skrill, Neteller,
    Ecopayz, Paypal, etc.) an online casino provides the higher
    chance it is not a scam. Using idioms makes speaking more colorful.
    Groupon provides fantastic savings on all activities in UAE, including spa treatments, and you
    can save up to 70% by using Groupon Promo Codes.
    The discounts codes are also being updated constantly so you can always get great discounts from Nuance.
    A well designed set of promotional codes for Xbox live gold can give the customers a lot of discounts
    while they take the subscriptions from the company.


    The new set of features that will help small businesses in Office 365 Business Premium are Yammer, Sway, OneDrive and many other attractive
    things. Fantasy football and other games centered in leagues and
    taverns are popular as well. One of those was called hazard and today this is the usual French word
    used for games of chance. 3. Gamblers develop hatred and enmity towards one another, although they may
    claim that losing does not trouble them. However, I would
    seriously question this, a loser may seem composed but behind
    his composure is frustration, due to disappointment, anger at the loss of money and regret for not winning the game.
    Table Stakes - Table stakes denote the amount of the big blinds or the betting limits in a given poker game.
    If he were to sit down and think of the amount he has lost, he would then surely understand the situation. The purchaser of this ticket does not buy
    the ticket solely with the intention of just buying it but
    he buys it on the basis of it being a possible winning dice by which he can win the amount of
    money he has aimed for. If the probability p is significantly above 50%,
    there are more frequent winning streaks and shorter losing streaks.


    If you were asked to present your money to the winning person,
    would you willingly do so? The fixed-supply ideas of
    deflationary coins like Bitcoin fundamentally misinterpret the properties of fiat money as
    bugs when they are in fact features. Although it's remarkably difficult to know whether an opponent is cheating at Scrabble when you're not face to
    face, there are a few telltale signs that you're getting bamboozled during an online match: an improbably fast progression of skills or a perfect record of wins, for example.

    There are sound and noble objectives behind this strict prohibition of gambling.
    There are even more who are genuinely convinced by specious arguments
    tied to stories they simply want to believe in, and that can be
    a powerful force for post-hoc rationalisation of fantasies.
    Meanwhile, the public had become more tolerant of gambling, and women were
    catching up to men as gamblers. They didn't get good reviews though nothing as bad
    as the more recent Vegas Casino (also known as High 5!). World Championship Poker DS (for Deluxe Series) is another gambling game
    and critically the most well-received of them all.

  • 출장홈타이
    출장홈타이 Domingo, 20 Agosto 2023 19:40 Link do comentário

    Way cool! Some very valid points! I appreciate you penning this post and the
    rest of the website is also very good.

  • tadalafil price
    tadalafil price Domingo, 20 Agosto 2023 17:46 Link do comentário

    cialis generique en ligne https://tadalafilise.cyou/ best over the
    counter viagra substitute

  • casino login
    casino login Domingo, 20 Agosto 2023 17:24 Link do comentário

    Within today's, reaching your beloved casino games has turned
    into even straightforward than ever before. A casino login functions as a bridge to a
    world packed with exciting slots, strategic
    card games, and enchanting roulette wheels. Secure and intuitive, such login portals guarantee that players can delve into their chosen games with merely a few clicks, all while making sure their individual and financial information stays protected.


    Nevertheless, whilst convenience is a notable advantage, it's paramount to
    keep in mind the significance of safe online practices.
    Many reliable online casinos invest heavily in sturdy
    security systems to safeguard player data. Hence, when utilizing a casino login, consistently make sure
    you're on the genuine website, avoid sharing your credentials, and consistently log out when your
    gaming session finishes, especially on common devices.

    This way, you can relish the thrill of the games minus any concerns.

  • Karaoke Seoul
    Karaoke Seoul Domingo, 20 Agosto 2023 16:30 Link do comentário

    You ccan also broil, roast, or BBQ the fish, if you don’t want to fry it.

  • Window Tinting Spokane Gallery

    I'm not sure the place you're getting your info, however good topic.

    I needs to spend a while learning more or working out more.
    Thank you for excellent information I used to
    be in search of this info for my mission.

  • Wordpress Casino
    Wordpress Casino Domingo, 20 Agosto 2023 12:09 Link do comentário

    Any skill games and competitions with no element
    of chance are not typically regarded as gambling, but may fall within certain ‘interactive gaming’ regimes when operated online and
    be regulated by State and Territory gambling regulators.
    If these games are not entirely skill-based
    (that is, there is an element of chance), then they will
    be subject to the relevant gaming laws. For example,
    if there are five opponents yet to act behind a player, there is a greater chance one of the
    yet to act opponents will have a better hand than if
    there were only one opponent yet to act. Basically the answer
    to this is yes BUT only when you’ve been accepted and start using the card will this
    start to kick in. By strategically using promo codes, ecommerce businesses can drive more traffic
    to their websites and generate more sales. If you know
    you can play six faces comfortably but you're having trouble keeping up, don't
    be afraid to speak up. While established casino companies are forced to step up, not least new online
    casinos the casino industry is constantly taking new steps.
    What do you call an iguana who runs a casino?

    This was the single-season home run record until 1961. That year, Roger Maris beat the record with 61 home runs.
    Toward the end of the tax year, your company sends you a
    W-2 form which details how much money you've
    made during the last year and how much federal tax
    was withheld from your income.S. This is the most common form of Texas Hold’em where players can bet or raise all their
    chips (known as going all-in). Who regulates it in land-based form?
    The show's catchy theme song was performed by Linda Lavin, who was also a dancer and singer.
    ACMA has the power to, amongst other things, instigate civil proceedings in Australia, notify border
    protection agencies of the names of directors/principals of offending illegal offshore operators (who may then be placed on a ‘movement
    alert list’ thereby disrupting any travel to Australia) and liaise with foreign regulators to stop alleged offenders.
    ACMA. Online poker is prohibited in Australia under the Interactive Gambling Act.
    However, a person may still apply for an ‘internet
    gaming licence’ in the Northern Territory and offer their gaming products outside of
    Australia in certain circumstances. Betting on fantasy sports in Australia
    is offered by corporate bookmakers licensed in the Northern Territory (Corporate
    Bookmakers).

    Legislation regulating gambling activity in Australia
    exists at both the State/Territory and Federal level.
    As detailed above in question 1.1, there is no single overarching
    statute regulating gambling activity in Australia.
    In addition, a series of Federal statutes also cover certain aspects of gambling activity throughout Australia.
    The Lotteries Commission of South Australia sits
    within the Auditor General’s Department and has the primary
    function of promoting and conducting lotteries in SA.
    Set out below is a list of the primary legislation governing gaming, betting, lotteries and
    social/skill arrangements for each Australian State/Territory, as well as at the Federal level.
    Build pots when you have the best of it and get out cheaply when you don’t.
    This casino has been in the market since 2016. It has become the best casino thanks to the
    Kahnawake Gaming Commission license. As far as online casino gaming is concerned, South Africa is a grey market.
    Online casino gaming is prohibited in Australia under the Interactive Gambling
    Act 2001 (Cth) (Interactive Gambling Act).

    Instead, gambling in Australia is regulated at both the State/Territory and Federal level.

    Using these powers, the Federal government has enacted
    legislation regulating, amongst other things, interactive gambling,
    anti-money laundering and counter-terrorism financing (AML/CTF) and consumer and
    competition protections (also known as anti-trust matters in some
    other jurisdictions).

    For completeness, the authors note that the list of gambling-related legislation below is not an exhaustive list.

    For completeness, it is worth noting that, to
    a lesser extent, local government bodies in most States and Territories also regulate gambling from a local government and town planning perspective, but typically only as it relates to
    gaming machines and their operation within the relevant municipal district.
    Each of Australia’s eight mainland States and Territories separately regulates gambling activities within each of their respective jurisdictions.
    Licensing NT is responsible for licensing matters affecting
    all gambling activities in the NT. The NTRC is largely responsible for compliance matters.

    The Western Australian Department of Racing, Gaming and Liquor sits within the
    portfolio of the Minister for Racing and Gaming and is responsible for policy, licensing and compliance matters.
    The Gambling and Racing Commission sits within the portfolio of the Minister for Racing and Gaming and is the ACT’s independent gambling authority responsible for licensing,
    compliance and education. The Tasmanian Liquor and Gaming Commission sits within the Department
    of Treasury and Finance and is Tas’ independent gambling authority
    responsible for licensing and compliance. Liquor
    and Gaming New South Wales (L&GNSW) sits within the Hospitality and Racing group within the NSW Department of Enterprise, Investment and Trade and is responsible for policy, licensing and compliance.

  • Exterior House Painting Wahroonga

    Hey! I know this is somewhat off-topic but I needed to
    ask. Does managing a well-established website such as yours require a lot
    of work? I'm completely new to running a blog however I do write in my diary daily.

    I'd like to start a blog so I can share my experience and
    views online. Please let me know if you have any suggestions or tips for brand new aspiring blog owners.
    Appreciate it!

  • доставка еды

    На протяжении современном веке перевозка блюд стала
    неотъемлемой частью повседневной быта значительное количество индивидов.
    Исходя из скоростному ритму жизни
    и постоянному стремлению к оптимизации своего времени, сервисы по
    перевозке готовых пищи напрямую к жилище или к
    рабочее место превратились
    в настоящим выходом для занятых работников.
    Такие предложения дозволяют не только сберегать
    момент для готовку еды, однако и сделать разнообразнее меню,
    опробовав блюда из прочих гастрономий планеты минус потребности визита кафе.


    Тем не менее со разрастанием известности этой сервиса поднялась и соперничество в рынке перевозки пищи.
    Сегодня заказчикам предлагается масса опций: с моментальной
    перевозки фастфуда до кулинарных изысков из рук превосходных
    кулинаров. Помимо того, платформы энергично
    используют технологии для
    повышения качества клиентского взаимодействия,
    выдвигая, например, возможность отслеживания доставки
    в настоящем моменте или включенные платформы отзывов и
    рейтингов для кафе. Всё превращает выбор и приобретение пищи ещё более
    удобным и приятным для конечного заказчика.

  • kunjungi situs ini
    kunjungi situs ini Domingo, 20 Agosto 2023 05:59 Link do comentário

    When someone writes an paragraph he/she maintains the idea of a user in his/her brain that how a user can understand
    it. Therefore that's why this article is perfect.
    Thanks!

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.

voltar ao topo

Facebook Twitter RSS Global