
Binormativismo: tentativa de resposta a um problema que nom se colocou
Maurício Castro
Som da opiniom de que todo isto do chamado “conflito normativo” que arrastamos há décadas manifesta umha impotência: a de avançarmos, como formaçom social, na adoçom e normalizaçom do galego como língua nacional.
Nom sendo isso possível até hoje, pola estrita correlaçom de forças esmagadoramente desfavorável a um galego em posiçom relegada, e tendo em conta a posiçom maioritariamente “abstencionista” do nosso povo, os setores favoráveis dedicamo-nos a discussons, teóricas e práticas, do que “deveria ser”, além de desenvolver algumhas meritórias iniciativas sociais que nom iremos negar, porque estám aí.
Se a isso acrescentarmos a moda pós-moderna e liberal de fragmentar ao máximo a intervençom social, surgem nom só as duas visons impotentes (a isolacionista e a reintegracionista), como as subdivisons correspondentes a cada umha, segundo a conveniência do momento ou da atividade social em causa. Se quigermos vender livros, acolhamo-nos aos subsídios oficiais adotando a norma isolacionista, ou vaiamos para o português de Portugal (chamemo-lo “galego internacional”), para vender nesse mercado e, talvez, no micromercado dos estudantes das Escolas Oficiais de Idiomas.
Se tivermos umha visom identitária-privativa da língua, consagremos a rutura lingüística entre galego e português, reivindicando o galego como diferente; claro que, se formos nacionalistas-essencialistas com aspiraçons eleitorais, usemos um galego oficial mais “avançado”, com traços menos “autonomistas”, mas sem cairmos em “ideologismos” ortográficos.
No meio, mas nom sei se mais virtuoso, fica quem reivindica, com critério explicitamente político, um padrom nacional livre de dependências do espanhol, reintegrado no espaço lusófono, mas com traços próprios de todo o tipo, como fam os outros países lusófonos. O seu “mercado” é reduzido, como podem calcular, numha sociedade em que o mercado é todo, ou quase todo.
Já na visom utilitarista-pragmática que assume a posiçom dependente do galego, surge a ideia genial: que tal darmos carta de natureza a duas normas extremas? De umha parte, a “oficial” ou autonómica (isolacionista); e doutro, mas em simultáneo, o “galego internacional” (referindo-se, insistimos, ao português de Portugal, embora nom falte quem reivindique que, ainda melhor, o brasileiro). É aí que se situa, se nom me engano, a proposta “binormativista”.
Repare-se que ela apela a outras situaçons internacionais: a “via norueguesa”, o suíço-alemám e até o moldavo. Permitamos o convívio!, proponhem.
Ora, para quem chegou até aqui apesar da complexa relaçom de propostas sem sólida base política que as sustente, deixem-me apresentar as minhas próprias e breves cinco conclusons:
1ª Os contextos internacionais a que se apela, nomeadamente o norueguês, caracterizam-se por estarem a implementar ou já terem implementado políticas normalizadoras de carácter territorial, visadas para o uso normalizado e generalizado da língua em questom, o que nom acontece na Galiza. Onde nom é assi, o tal “binormativismo” carece de efeito prático, como acontece na Alsácia, com perda imparável de falantes da variedade alemá.
2ª A proposta binormativista nom estabelece qual o papel do espanhol em todo isto. Parece tratar-se só de que nos deixem escrever como queiramos e que mesmo se subsidiem iniciativas em qualquer das duas normas propostas, para que “a sociedade escolha”. Ou seja, liberalismo lingüístico que, longe de promover a igualdade, garante a desigualdade em favor da língua A. No nosso caso, já sabem qual é.
3ª Se concordarmos com que nom existe umha planificaçom real de recuperaçom e normalizaçom social do galego como língua da Galiza, pouco relevo poderá ter o modo como o escrevamos, com que ortografia ou quantas normas se oficializem para a língua relegada.
4ª Se a correlaçom de forças sociais fosse outra e existissem instituiçons públicas e sociedade civil empenhadas em recuperar e normalizar o galego a sério, a ortografia nom seria um obstáculo. Simplesmente, seria feita umha avaliaçom das vantagens e inconvenientes das opçons em causa (isolacionista e reintegracionista), aplicando-se o modelo, puro ou misto, mais conveniente para o objetivo marcado, com as revisons periódicas e retificaçons pertinentes. Que isso incluísse mono-, bi- ou plurinormativismo é hoje pura especulaçom, porque essa correlaçom de forças nom existe e o objetivo é outro: normalizar o castelhano-espanhol.
5ª Em funçom de todo o dito, cá para mim, acho que convém nom perder muito tempo em debates estéreis e si aproveitar esse tempo precioso para tentar mudar a tal correlaçom de forças, cada qual a partir da sua posiçom normativa e sem colocar isso como escusa para iniciativas conjuntas entre os diversos setores.
É só isso que queria comentar sobre o enésimo debate estéril no seio do nosso movimento normalizador.
Itens relacionados (por tag)
- Já disponível o 'Compêndio atualizado das Normas Ortográficas e Morfológicas'
- Pequena crónica de um encontro singular. Para Fernando Venâncio.
- Dicionário Visual da Através Editora, belo e eficaz recurso para a aquisiçom e aperfeiçoamento do léxico galego (e português)
- Prontuário de Apelidos Galegos, ferramenta básica para umha cabal regeneraçom dos nossos nomes de família
- A Associaçom de Estudos Galegos em memória do companheiro Afonso Mendes Souto
360 comentários
This stinks, but even humans can bleed this much with their performance unaffected buy cheap generic cialis online The following examples are provided to illustrate the invention and are not intended to limit the scope thereof in any manner
I used to be recommended this website via my
cousin. I am now not certain whether or not this post is written via him as nobody else recognise such particular approximately
my difficulty. You're amazing! Thank you!
S Rinaldi, A Geay, H DГ©chaud, etal Validity of free testosterone and free estradiol determinations in serum samples from postmenopausal women by theoretical calculations Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 11 1065 1071, 2002 Medline, Google Scholar 44 buy cialis and viagra online It has been described that AMH is closely related to both female age and AFC De Vet et al
normal lines, the greater the selectivity pamabrom vs lasix Before finding the 100, 000 year old Yanyang Grass, he could only do this
An abdominal CT scan or ultrasound is necessary to diagnose or rule out intestinal angioedema donde comprar priligy mexico
рыцари зодиака фильм 2023
премьеры фильмов в кинотеатрах
в январе 2023
clomid side effects in women Goodsam, USA 2022 04 24 11 44 37
паническая атака симптомы причины и лечение
At the age of 50, total life expectancy is about five years longer for people with normal blood pressure than for those who have hypertension lasix usa sale Oliver thJQMkLgXrIj 5 21 2022
Deixe um comentário