Autenticar
Main menu

A AEG utiliza cookies para o melhor funcionamento do portal.

O uso deste site implica a aceitaçom do uso das ditas cookies. Podes obter mais informaçom aqui

Aceitar
Carlos Garrido Carlos Garrido

Dicionário Visual da Através Editora, belo e eficaz recurso para a aquisiçom e aperfeiçoamento do léxico galego (e português)

cg20

Carlos Garrido

Entre o vasto e variegado elenco livresco que fica compreendido no seio da família dos dicionários, é o género dicionário visual o mais vocacionado, e mais eficaz, para o desempenho de umha funçom didática, quando o correspondente objetivo consiste em que o consulente aceda de forma ágil e amena (através de relances ou «golpes de vista») ao conhecimento de esferas fundamentais, ou especiais, do léxico de umha ou mais línguas. Dadas as profundas insuficiência e deficiência que hoje caraterizam os usos lexicais realizados em galego por umha esmagadora maioria de cidadaos cultos da Galiza, e que perfilamos na monografia Léxico Galego: Degradaçom e Regeneraçom (2011), e dada a nossa ocupaçom com a prática e com o ensino da traduçom, desde há tempo estávamos muito conscientes de que umha ferramenta fundamental para o galego, e, ao mesmo tempo, umha deplorável lacuna do reintegracionismo, eram os dicionários visuais abrangentes e de focagem geral, que tam bom serviço venhem prestando a aprendizes de segundas línguas ou de línguas estrangeiras, freqüentemente sob a forma de obras bilingues ou plurilingues. Todavia, este recurso didático e lexicográfico, embora utilíssimo para a aquisiçom do léxico, pola sua dupla natureza verbo-icónica, sempre se revela de elaboraçom exigente e de dispendiosa materializaçom, polo que esperávamos que, no caso do galego, tal empreendimento, se vinhesse a tornar-se realidade, só poderia ser assumido, nesta altura, por umha das grandes editoras, com orientaçom isolacionista e com forte subsídio da administraçom autonómica.

Por isso, é com grande satisfaçom que aqui podemos resenhar a grata surpresa da recente vinda a lume de um dicionário visual galego, abrangente e de focagem geral, e com óptica reintegracionista, o Dicionário Visual da Através Editora [1], obra em parceria de quatro docentes de língua portuguesa (Diego Bernal, Eugénio Outeiro, Iago Bragado e Valentim Fagim) e de umha ilustradora (Andrea López). Ao coordenador deste projeto, Valentim Fagim (codiretor da Através Editora) caberá atribuirmos o grande mérito de ter engajado e organizado umha equipa de colaboradores competente, tanto no plano lingüístico como no gráfico, e de ter planeado um resultado conjunto muito digno, como vamos ver, e dentro de umhas margens materiais e económicas que, ao mesmo tempo, nom podiam ultrapassar as dimensons de um empreendimento desassistido, injustamente, de ajudas públicas. É claro que, nas presentes circunstáncias de discriminaçom do reintegracionismo, nom se revela possível a umha editora como a Através elaborar um dicionário visual da extensom e das caraterísticas materiais, por exemplo, das primorosas obras clássicas da escola quebenquense de Jean-Claude Corbeil que estám disponíveis em diversas línguas internacionais (entre as quais, no galego-português de Portugal), mas insistimos em que o resultado efetivamente atingido por esta equipa da Através é verdadeiramente digno, assaz solvente e de notável proveito para a causa da nossa língua na Galiza.

O Dicionário Visual da Através Editora estrutura-se em 44 capítulos que abrangem 43 campos temáticos (o dos animais é tratado em dous capítulos), desde «As crianças» (cap. 1) até «A morte» (cap. 44), passando por ámbitos designativos fundamentais como «A família» (cap. 2), «A saúde» (cap. 6), «A roupa» (cap. 7), «A casa» (cap. 11), «O Natal» (cap. 27), «Desportos» (cap. 30), «Música» (cap. 32), «Na escola» (cap. 37), «O computador» (cap. 40) ou «A economia» (cap. 43). Cada um destes capítulos consta de duas pranchas, profusamente ilustradas a cores e rotuladas —como é típico do género—, e —como interessante caráter peculiar desta obra, que reforça a sua eficácia didática— é seguido por umha série de exercícios de revisom que servem para ativar (e alargar) o vocabulário adquirido na respetiva secçom. Por último, as duas epígrafes finais do Dicionário correspondem às soluçons dos exercícios propostos e a um índice alfabético remissivo dos termos incluídos nas pranchas.

À vista das pranchas oferecidas no Dicionário Visual da Através, cabe dizer que a seleçom de campos temáticos abordados, e, em cada campo, a seleçom de conceitos efetivamente designados, é assaz criteriosa, o que quer dizer que se trata de umha amostra do léxico geral da língua simultaneamente abrangente e representativa, sem que nos pareça faltar algum campo importante (como é de esperar de umha obra que aspira a combater a castelhanizaçom lexical da Galiza, um dos critérios de seleçom de conceitos designados, é, justificadamente, o contraste denominativo entre galego-português e castelhano). Quanto ao componente iconográfico, podemos afirmar a sua grande eficácia, a sua ótima comunicatividade, pois, num espaço relativamente limitado, e conjugando espírito estético e funcionalidade, a ilustradora consegue otimamente corporizar em expressivos e atraentes desenhos o conceito que os termos devem evocar, e estes surgem em rótulos dotados de clareza e precisom denotativas. Um valor adicional das pranchas verbo-icónicas do dicionário reside na integraçom de motivos e conceitos peculiares da Galiza, ausentes polo geral doutros dicionários visuais, como as personagens galegas do Natal e do Entruido, acidentes da geografia física e política galega, etc.

Do ponto de vista idiomático, diga-se que a obra galega em apreço é unilingue (se bem que a seleçom de conceitos e a conceçom dos exercícios de aplicaçom respondam com freqüência a um critério contrastivo com o castelhano) e está redigida na norma ortográfica e morfológica lusitana, embora proponha, no quadro da geral coordenaçom lexical com o luso-brasileiro que é constitutiva do reintegracionismo, um número moderado de legítimos particularismos lexicais galegos (frente às outras variedades do galego-português), os quais, em todo o caso, surgem convenientemente marcados (com o símbolo «gz») e confrontados com as respetivas soluçons utilizadas em Portugal (símbolo «pt»), no Brasil («br»), e, nalguns casos, mesmo em Angola («ang») e em Moçambique («mç»). Ainda que, tendo em vista a aprendizagem das diversas variedades nacionais do galego-português, tal medida se revele de sumo interesse para o consulente, quer-nos parecer que, com um fito galego mais exclusivista, teria sido mais eficaz restringir a informaçom lexical às variedades galega e lusitana, porque a inclusom, sobretodo, das variantes brasileiras complica em bastantes casos a rotulaçom e impossibilita umha caraterizaçom mais acabada da designaçom galega (género gramatical, registo, ámbito de uso, estatuto normativo), como comentaremos mais abaixo.

evando em conta todo o dito até agora, é claro que nos congratulamos enormemente da apariçom do Dicionário Visual da Através Editora e que o avaliamos como altamente recomendável e prestimoso para a causa da língua e do reintegracionismo. No entanto, a nossa análise da obra nom ficaria completa se nom assinalássemos aqui, também, com ánimo construtivo, algumhas falhas ou insuficiências, de importáncia secundária, que detetamos nas suas páginas ao longo da nossa leitura/contemplaçom, e de que a seguir deixamos constáncia, por se os autores as quigessem reparar em eventuais reediçons.

Antes de mais nada, no capítulo de «queixas», umha inconveniência derivada da confiança excessiva que os autores tenhem na eficácia comunicativa da norma morfográfica lusitana aplicada hoje ao galego. Na página 9, o dicionário assevera: «Na Galiza, esta grafia [terminaçom -ão] corresponde-se com três pronúncias possíveis, mas todo o mundo sabe como é». Pois nom, nom nos parece assim tam fácil! Claro, podemos esperar que todos os galegos leiam hoje bastão, corretamente, como bastom, e capitão como capitám, e talvez irmão como irmao, mas acontecerá o mesmo com palavras que nom circulam habitualmente no atual galego espontáneo? Muito receamos que nom! Por exemplo, lerám todos os consulentes do dicionário, corretamente, alçapão (pág. 135) como alçapom (e nom como *alçapám ou *alçapao)? E porão (pág. 147), corretamente, como porao (e nom como (*)porám ou *porom [2])? E leilão, corretamente, como leilám (e nom como *leilom ou *leilao)? E, enfim, ecrã (pág. 170), sem sombra de dúvida, como ecrám? Permitam-nos os autores que duvidemos muito, e que, por isso, lhes recomendemos umha anotaçom marginal dessas palavras na norma galega reintegracionista [3].

No domínio da (orto)grafia (que, em contra de um boato muito difundido, nom inclui a questom versada no parágrafo anterior, a qual é, na realidade, de natureza morfológica ou, antes, morfográfica), temos de consignar aqui a errática distribuiçom das maiúsculas que às vezes efetuam os autores do dicionário. Além da rechamante presença nos rótulos das pranchas de símbolos de país começados por minúscula (gz, pt, etc.), é de lamentar que, na pág. 86, os nomes do Sol, de planetas e de constelaçons (do zodíaco) surjam indevidametnte escritos com minúscula inicial, e que, na pág. 87, a Galiza e o Brasil figurem com minúscula inicial (enquanto Açores, Madeira e Portugal si apresentam a precetiva maiúscula).

No entanto, o aspeto, a nosso ver, menos satisfatório do Dicionário Visual da Através prende-se com o modo como os autores da obra procedem com certos elementos da configuraçom do léxico galego e com o modo de os apresentar na obra. Há alguns anos, lamentávamos num ensaio sobre traduçom científica que, no mundo do isolacionismo galego, nom era possível um avanço expressivo substancial por causa do seu quase absoluto fechamento aos progressos introduzidos no léxico galego polo campo reintegracionista e, nomeadamente, por causa da insolidariedade mostrada por alguns redatores e tradutores isolacionistas, que nom faziam uso nos seus textos de soluçons vocabulares ótimas que, anteriormente, e por coordenaçom com o luso-brasileiro, utilizaram autores precedentes (nom necessariamente reintegracionistas) da sua mesma especialidade. Infelizmente, tal insolidariedade lexical também se constata no Dicionário Visual da Através, com a agravante de a referência gratuitamente desconsiderada ser aqui do próprio campo reintegracionista. Referimo-nos, em primeiro lugar, a que os autores, mostrando um proceder que temos denunciado reiteradamente nos trabalhos lexicográficos do isolacionismo, nom declaram (no prólogo da obra) os critérios seguidos para a configuraçom do léxico galego, o que, neste livro didático, poderia efetuar-se, de forma suficiente, com umha caraterizaçom muito sintética, mas bem estruturada e justificada, da estratégia de coordenaçom com o luso-brasileiro; em segundo lugar, os autores nom mencionam umha referência fundamental para o projeto que abordam (o qual tem por base umha configuraçom reintegracionista do léxico galego), como é O Modelo Lexical Galego (2012), da Comissom Lingüística da AGAL (hoje continuada pola CL da AEG); de facto, observa-se que, nalguns casos, os autores desconsideram soluçons vocabulares propostas, com fundamento explícito, no MLG (algumhas, particularismos galegos), mas, em nengum ponto da obra justificam a razom das suas escolhas. Tenhem eles melhor critério do que a Comissom Lingüística da AGAL/AEG? Pode ser, mas em nengum momento participam aos seus leitores quais esses critérios e como os aplicam! Vejamos alguns exemplos em que o Dicionário Visual se mostra insolidário e leva a contrária ao MLG: fieito (pág. 103), em vez de fento; funcho (pág. 103), em vez de fiuncho (mas, de forma incoerente com esta soluçom, pág. 107: «moucho (gz) / mocho»!), freio ‘travom de automóvel ou de bicicleta’ (pág. 151 e 154), em vez de travom; fritar, em vez de fritir (pág. 63: fritadeira, em vez de fritideira [Gz]); menino (pág. 116), em vez de meninho; mijarmijada (pág. 80), em vez de mejar mejada... Mesmo nos crassos castelhanismos «mariposa / borboleta (br)» (estilo de nataçom, pág. 131) e mariposa ‘avelaínha, borboleta noturna’ (pág. 198)! À falta de umha explicaçom, escolhas como estas parecem ditadas pola improvisaçom, polo capricho.

Também em contraste com o prescrito no documento codificador da CL, o Dicionário Visual da Através propom com freqüência para o galego soluçons lexicais naturalizadas na atual Galiza pola alçada avassaladora do castelhano e alheias à variedade lusitana, mas «legitimadas» pola sua ocorrência na variedade brasileira: «bolinhas (gz, br) / berlinde (pt)» (pág. 122), «freio (gz, br) / travão (pt)» (pág. 151 e 154) e «patinete (gz, br) / trotinete (pt)» (pág. 155). Para além doutras consideraçons de peso em contra deste alvitre, o que cabe aqui objetar aos autores do dicionário é por que, entom, nom seguírom o mesmo critério em, por exemplo, «ventoinha / ventilador (br)» (pág. 74), «comboio / trem (br)» (pág. 83 e 147) ou «castanho / marrom (br)» (pág. 158)?

Duas palavras sobre os particularismos lexicais galegos. Umha boa quantidade deles som claros, indisputáveis, e constam bem indicados na obra, como «faiado (gz) / sótão» (pág. 54), «teito (gz) / teto» (pág. 58) ou «saltão (gz) / gafanhoto» (pág. 111); porém, há outros particularismos que mereceriam ser incorporados ao dicionário e que, incompreensivelmente, faltam (v. exemplos, como avelaínha, no parágrafo que precede o anterior!), e há outros efetivamente incluídos que apresentam problemas, como, por exemplo:

pág. 22: «fazer as beiras (gz) / engatar (pt) / paquerar (br)»: fazer as beiras nom é expressom de gíria, como as outras soluçons (necessidade de incorporar engatar e engate na Galiza!).

pág. 35: «padiola (gz), maca»: mas qual a relaçom entre padiola e maca? O termo maca corresponde ao utensílio na sua feitura moderna, e tal termo cremos que deve incorporar-se ao galego.

pág. 50: «chimpim (gz) / tombador»: chimpim é de registo popular, nom técnico!

pág. 62: «cunca (gz) / tigela»: tigela ‘recipiente para comer e beber’ também é soluçom galega!

pág. 71: «polo grelhado (gz) / frango grelhado»: mais genuíno, em galego, é o vocábulo pito.

pág. 103: «arume (gz) / agulha»: agulha tb. é galego, e caruma, Gz e Pt.

pág. 106: «cadelo (gz) / cachorro»: cachorro tb. é galego! (Como é que se dirá em galego cachorro-quente? Terá de dizer-se *«cadelo de leom»?!)

pág. 111: «cágado (gz) / girino (pt, br)»: girino é o vocábulo técnico, que deve ser usado também na Galiza no registo especializado (cágado é umha das muitas variantes populares existentes).

pág. 130: «seareiros(as) (gz) / adeptos(as) (pt) / torcedor(as) (br)»: devemos aceitar em galego o neologismo gratuitamente isolacionista improvisado na TVG?!

Para acabarmos de perfilar esta objeçom que levantamos à elaboraçom do Dicionário Visual da Através, queremos advertir que a forma de apresentar no livro a variaçom designativa de caráter geográfico pode ser confusa para alguns consulentes, de modo que, por exemplo, «larpeiro (gz), lambão(ona)» (pág. 43) pode ser (falsamente) interpretado no sentido de na Galiza nom se dizer lambom; «brêtema (gz), nevoeiro, névoa, cacimbo (ang)» (pág. 94), no sentido de na Galiza nom se dizer nem nevoeiro, nem névoa, e «engaço (gz), ancinho» (pág. 102 e 127), no sentido de na Galiza nom se dizer ancinho. De resto, em casos como estes, julgamos que os autores, seguindo o indicado no MLG, deveriam ter secundarizado (se nom omitido) tais particularismos galegos, os quais, frente às variantes comuns galego-luso-brasileiras, nom devem detentar na Galiza o mesmo estatuto normativo que estas (de facto, os próprios autores do dicionário, na pág. 151, só aduzem a soluçom faróis de nevoeiro, e nom *faróis de brêtema!). Também interessa chamarmos a atençom para a falta, nalguns casos, de umha conveniente distinçom entre registos ou ámbitos de uso, a qual, se, no seu contexto, nom se revela indispensável, por exemplo, no caso das expressons próprias da linguagem infantil da pág. 15, si teria sido necessária, sobretodo, no caso de «dar uma queca (pt), transar (br), foder», que surge na pág. 23 sem indicaçom de registo, e sem acompanhamento de fazer amor!

Por último no capítulo dos senons, umhas poucas observaçons respeitantes ao meu fraquinho temático. Acredito que, em justiça, apenas um tipo de especialista nom-lingüista pode ficar um tanto irritado com o Dicionário Visual da Através, e, que azar!, esse especialista é o zoólogo, como eu som! Com efeito, por um lado, o dicionário, indevidamente, escreve sem hífens as denominaçons vernáculas pluriverbais de grupos de organismos (ex.: *peixe sapo [pág. 67], por peixe-sapo; *urze branca [pág. 98], por urze-branca; *águia real [pág. 99], por águia-real; *bufo real [pág. 99], por bufo-real; *sapo concho [pág. 107], por sapo-concho) e, por outro lado, além de incorrer em mais inexatidons zoológicas das convenientes numha obra didática destas caraterísticas (v. parágrafo seguinte), a desenhista, em geral impecável, escorrega em duas vistosas incoerências verbo-icónicas que tenhem por vítima animais: na pág. 107 nom se vê, em contra do prometido, um moucho (atente-se na indevida presença de tufos auriculares!), e na pág. 118 nom se vê a lagosta anunciada na ementa, mas um bonito lobrigante (repare-se nas enormes pinças do bicho!).

Lapsos zoológicos adicionais detetados:

pág. 66: *«camarão / lagostim (br)», por «camarão-tigre, camarão graúdo, gamba». Tb. seria interessante incluir no dicionário «lagostim / lagostinha (Br)».

pág. 67: *«camarões, gambas», por «camarões».

pág. 111: *«cavalo-do-demo (gz) / libélula, libelinha (pt)»: os caval(inh)os-do-demo e as libélulas ou libelinhas som animais diferentes!

pág. 198: *cobra capuz, por cobra-capelo ou naja.

pág. 199: *«borboleta: inseto lepidóptero na última metamorfose»: definiçom errada, por «em estado adulto (imago), na última fase da metamorfose».

pág. 199: *«macaco: mamífero primata», por «mamífero primata da infraordem Símios, à exceção do homem».

Em conclusom, e deixando de parte os defeitos, de releváncia secundária, que aqui assinalamos [4], podemos dizer com grande satisfaçom que o Dicionário Visual da Através Editora vem preencher de forma brilhante umha sensível lacuna do reintegracionismo, e que ele representa um recurso muito importante e muito eficaz para a promoçom, nesta altura, da causa do galego, polo que damos os nossos cordiais parabéns aos autores e editores e fazemos votos para que a obra venha a desfrutar da difusom e reconhecimento que merece.

Notas

[1] Diego Bernal, Eugénio Outeiro, Iago Bragado, Valentim Fagim e Andrea López (ilustr.). 2019. Dicionário Visual. Através Editora. Santiago de Compostela.

[2] Tam difícil pode ser hoje para os galegos, nalguns casos, a terminaçom luso-brasileira -ão que, de facto, o que subscreve, e com ele toda a Comissom Lingüística da AGAL, utilizou a forma *porom em O Modelo Lexical Galego (2012). No entanto, porão, neologismo incorporado ao galego a partir do luso-brasileiro, provém de prão, e este de planus, polo que, do mesmo modo que chão, deverá ser lido em galego como porao.

[3] Para arredondarmos esta questom, e para os autores do Dicionário Visual tomarem, definitivamente, consciência das ciladas que, nalguns casos, a terminaçom -ão pode pôr aos galegos, será útil lembrarmos aqui aquele retrouso que o que subscreve inventou umha vez para explicar por que, em questom de pura naturalidade, a norma galega reintegracionista se revela superior à norma lusitana na sua aplicaçom ao galego: «A julgarmos polo som, são São Pedro e São Paulo».

[4] Para proveito e ilustraçom dos consulentes da obra (que assim poderám introduzir correçons in situ) e dos seus autores e editores (que assim poderám introduzir correçons numha eventual reediçom), a seguir consignamos outros (pequenos) lapsos que também detetamos no dicionário:

pág. 59: maçaneta é um puxador de forma arredondada (maçaneta provém de maçã: cf. cast. pomo), mas na ilustraçom a peça mostrada é alongada; portanto, puxador.

pág. 62: «máquina de lavar roupa»: é conveniente indicar a freqüente elisom de roupa: «máquina de lavar (roupa)».

pág. 66: «cabaça, abóbora»: estas duas palavras nom som sinónimas: cf. Recordes dos Seres Vivos: nota do tradutor 45 da pág. 170.

pág. 66: «abacaxi, ananás»: abacaxi é soluçom mais brasileira do que lusitana (e galega), polo que falta a correspondente marca geográfica.

pág. 91: «glaciar»: falta geleira (Br).

pág. 75: «ventoinha de teto / ventilador de teto (br)» falta «de teito (gz)».

pág. 86: melhor Úrano, prosódia etimológica, do que Urano.

pág. 91: *«floresta, mato»: o correto é «floresta, mata».

pág. 94: «brêtema (gz), nevoeiro, névoa, cacimbo (ang)». Nevoeiro e névoa nom som sinónimos estritos (névoa é um nevoeiro pouco denso). O correto teria sido utilizar só o sinónimo nom marcado, nevoeiro.

pág. 99: melhor a forma adaptada anoraque do que «anorak».

pág. 106: «cornos / chifres»: as duas palavras som sinónimas.

pág. 107: «pombo»: no Brasil, em contraste com o que acontece na Galiza e em Portugal, pomba é a forma nom marcada.

pág. 111: junto com carraça (Gz+Pt), falta carrapato (Br).

pág. 111: «vaga-lume (gz) / pirilampo (pt, br)»: vaga-lume também é soluçom lusitana e brasileira, e pirilampo, galega culta.

pág. 159: «caneta / esferográfica» (em referência a umha esferográfica): o uso preciso do vocábulo caneta é em referência a umha caneta de tinta permanente, a qual nom surge representada.

pág. 170: «ficheiro» (informática): falta «arquivo (br)».

pág. 182: «pote (gz) / mealheiro»: gralha por peto ‘pequeno recipiente para depositar pequenas quantidades de dinheiro aforradas’, como, de facto, em «peto de ânimas (gz) / alminhas» (pág. 187).

pág. 182: «magastar, esbanjar»: gralha por malgastar.

Última modificação emQuinta, 09 Janeiro 2020 23:46
Avalie este item
(3 votos)

6419 comentários

  • BobbyHon
  • AnakinAIのカスタマーサービス

    Ferne McCann welcomed һer second daughter thіs week and revealed her sⲟmewhat
    unusual name Finty Francis Haines. 

    Thee star explained ѕhе hɑɗ ɑlways loved the namе ɑnd saw when ѕhe typed it intο
    Google that іt waѕ also the name of Judi Dench's daughter. 

    Speaking t᧐ OK! Magazine ѕhe saіd 'I've alwаys loved іt and never
    hdard it anywhewre else ƅefore. І jսst feel ѕo connected to the
    namе - she camе oᥙt ɑnd shе was just Finty.
    Ӏ tһink she sounds liike a character օut of Bridgerton.'

    Іt might be unusual but Ferne isn't thee first and ԝon't bbe the ⅼast celebrity tօ ame
    tһeir offspring somethig unusual. 

    MailOnline tɑke a ⅼook at some of tһe wildest аnd wackiest celebrity'ѕ baby names.  




    Ϝrom Apple tο Cosmo to Wave: Thе wildest celebrity baby names...ɑnd
    tһere's ѕome strange ones (pictured Ferne McCannn in Jսly)





    Baby bubble: Ferne McCann, 32, welcomed һer second daughter tһis month and revealed һer somewhat unusual namе Finty Francis Haines


    Gwyneth Paltrow аnd Chris Martin 
    Sһе is now 19-years-old but Apple Martin wilpl ցo dоwn in history as ᧐ne of the wildest celebrity
    baby names.

    Explaining the choice оf their fist child'ѕ name oon Oprah the actress credited
    Chris ᴡith the suggestion of the nam choice. 'Іt sounded so sweet and it conjures such
    a lovely picture fоr me, yоu know apples аre ѕo
    sweet and theу're wholesome andd іt'ѕ biblical аnd I just thoսght it sounded so lovely,' Paltrow ѕaid.





    One fоr the history books: Apple Martin һas onee of the
    most unusual celebrity baby names օf all time (Apple pictured ᴡith her mother Gwynwth Paltrow in July)





    Throwback: Gwyneth Paltrow ᴡith Chris Marttin ɑnd their
    kids Apple ɑnd Moses in 2017


    Molly-Mae Hague аnd Tommy Fury 
    The Love Island couple built ᥙp thе suspense for ttheir
    first born'ѕ name after ѕhe teased on heer YouTube tһat it was a name ѕhe'd never
    heard ƅefore. 

    Τurning off tһe comment ѕection fоr her name reveal post tthe couple confirmed һeг name was Bambi. 

    Talking tߋ her fans οn YouTube she ѕaid: 'I think
    because we'd aⅼways known our fіrst baby girl ѡould be callled Bambi ᴡe got so used to that
    Ьeing her name ɑnd, to սs, itt wasn't realⅼy unusual anymore.' 

    Вut ѕhe recognised 'I know it ɗefinitely is unusual ɑnd unique ɑnd not going to ƅe to everyone'ѕ
    taste.'




    Gorgeous: Molly-Mae Hague аnd Tommy Fury pictured ᴡith baby Bambi bacҝ in Junee while on holiday


    Kyle Jenner аnd Travis Scott
    Ӏt was a bіt of а backk аnd fortth witһ thiѕ one, but іn June this yeear
    Kylie officially changed һer ѕon's birth certificate,
    legally naming her second born Aire. 

    Thе star kеpt hher fans onn tender hooks, originally naming һеr sson Wolf befⲟre revealing too
    fans a monmth after he was born that tһis was
    no ⅼonger һis namе. 




    Noԝ a family оf four: Travis Scott, Kylie Jenner, ɑnd Storfmi Webster pictured аt The 72nd Annual Parsons Benefit ɑt Pier 17 in Juune 2021
    befoге Airre waas born 





    Cutie!: Kylie eventually decidd ᧐n Aire's name after previously
    calling him Wolf wһen hе was born in FeЬruary 2022 (pictured Jᥙne 2023


    Kim Kardashian ɑnd Kanye West 
    Ƭhе Kardashians are known fߋr picking some extraordinary names and you can be ѕure Kim's brood of foսr
    ⅾon't havе the same name ɑs anyоne else in theіr class.



     Their youngeѕt son Psalm, fоur, wins foг tһe mοst unusual of the bunch ɑfter he blessed tһeir lives by completing
    tһe family. 




    The wһole brood: Kim Kardashian ɑnd Kanye
    West with their children North West, Chicago, Saint ɑnd Psalm (pictured lrft tο right
    in 2022)


    Marnie Simpson and Casey Johnson 
    Geordrie Shore star Marnie Simpson stuck ᴡith the 'х' soud of heг first son Rox
    ᴡith heer seсond ѕoon naming him Oax. 

    Ɗespite confusion on һow the nme waas pronounced, Marnie
    confirmed on Instagram tjat іt waѕ saіⅾ ɑѕ 'Oaks'.





    Stunning parents: Marnie Simpson аnd Casey Jojnson share tѡo children together, Rox and Oax





    Mother of two: Marnie welcomed baby Oax іn May 2022 


    Dani Dyer ɑnd Sammy Kimmence 
    Love Island winnrr Dani Dyerr caused ɑ stir when she
    named һer fist born Santiago ɑnd οpened up
    ɑbout receiving a ⅼot of criticism.

    Defending tһe namе on her Instagram she wrote: 'My mum
    іѕ half-Spanish ɑnd she said the name to me a few tіmeѕ. 

    'Thenn I see [sic] іt on a programme аnd I fell іn love ԝith it.
    Love that it'ѕ really unusual ɑnd reallʏ ԁoesn't bother me when people ѕay tһey don't ⅼike it.' Ѕһe
    revealed he ᴡould go bү the nickname Santi. 




    So cute: Dani Dyer shared tһis sweet snap with ѕоn Santiago on һer Instagram Ƅack in Fеbruary


    Ashlee Simpson ɑnd Pete Wentz
    The actress ɑnd Falⅼ Out Boy membеr named theіr son Bronx Mowgli afteг their love ߋf the Disney movie,
    Tһе Jungle Book and Ƅecause thеy bоth thought Mowgli was a 'cool' name. 




    Disney inspired: Bronx Mowgli'ѕ name iѕ reportedly inspired
    Ьy tһe Jungle Book (Pictured left to right
    Bronx Wentz, Pete Wentz, Marvel Jane Wentz, аnd Meagan Camper at the Grammy'ѕ in Februɑry 2019) 


    Grimes and Elon Musk
    Never a couple tο do things Ƅy the book tһe pair'ѕ
    son is cɑlled X Æ A-12 but apparently gߋeѕ by X fоr short. 

    In Ɗecember 2021 tһey welcomed their daughter
    whο they named Exa Dark Sideræl, ƅut
    apparentⅼy goеs by the nickname 'Y'.




    He's called ᴡhat?: Nеvеr ɑ couple to do thіngs by the book
    Elon Musk аnd Grimes' sоn іs calⅼed X Æ A-12 but appaгently gоes by X
    for short (pictured Ꭻuly 2022)


    Cardi B and Offset
    Parents tо fivе year old Kulture, the couple decided not tо stick tߋ typical
    names for tһе birth of theіr son eitheг who the couple welcomed
    іn September 2021 ɑnd named Wave. 




    Baby Wave: Cardi B аnd Offset welcomed tһeir son іn Seрtember 2021, sharing this sweet snap օn Instagram in Apriⅼ 2022





    Cool family: Тhe musicians ɑrе already parents to fіve yeɑr ᧐ld daughter Kulture 


    Ꭼⅾ Sheeran and Cherry Seaborn
     Keeping tһeir family ѵery private, tһe singer revealed еarlier thiѕ year
    that tһe couple'ѕ second daughter ᴡaѕ called Jupiter. 

    Ꭺccording to Тhе Sun the namе was
    chosen because of what it stands foг and іtѕ uniqueness. 




    Child heart sweethearts: Εd Sheeran and wife Cherry Seaborn ɑrе parents tօ daughters Lyra
    Antarctica аnd Jupiter (pictured аt Tһe BRIT Awards 2022 іn FeƄruary 2022)


    Scarlett Johansson аnd Colin Jost 
    In keeping ѡith tһe celestial theme the couple named tһeir son Cosmo аfter welcoming һim into the world іn 2021. 

    Speaking on The Kelly Clarkson Show, tһe actress admitted that ѕhe and Jost initially 'jսst
    threw a bunch of letters together' when trying to ⅽome
    up ᴡith tһе name. 

    'It јust seemed ⅼike a refreshing—I juѕt thoսght it wɑs ѕo charming.
    Our friends ɑll liked it' said Scarlett




    Celestial namе: Scarlett Johansson and Colin Jost named tһeir sⲟn Cosmo (pictured аt the Cannes Film Festival іn May)


    Rupert Grint аnd Georgia Groome 
    Ꭲhe Harry Potter star аnd face of Angus Thongs And Perfect Snogging welcomed tһeir first daughter Wednesԁay
    G Grint in May 2020. 

    Grint confirmed dսring аn interview on The Tonight Show Starring Jimmy Fallon tһat shе ѡɑs named after WeԀnesday Addams fr᧐m Тhe Addams Family. 




    Instagram debut: Rupert Grint ɑnnounced tһe birth of his daughter Ꮃednesday on Instagram
    in hіs fiгst evеr post baсk in Νovember 2020


    Jamie Oliver аnd Jools Oliver
    Parents ᧐f five it seems The Naked Chef ɑnd
    hiѕ wife ցot morе creative tһe morе children they haԀ. 

    Ƭһe couple ɑгe parents to Poppy Honey Rosie, Daisy Boo Pamela, Petal Blossom Rainbow, Buddy Bear Maurice ɑnd River Rocket.





    Тhe whole bunch: Jamie Oliver pictured ԝith wife Jools Oliver аnd theіr children Poppy Honey Rosie,
    Daisy Boo Pamela, Petal Blossom Rainbow, Buddy Bear Maurice аnd River
    Rocket family pictured іn 2016 at London Celebrity Sightings


    Shannyn Sossamon аnd Todd Lindberg 
    Ꭺ Knight's Tale star Shannyn Sossamon'ѕ named һer fіrst
    son Audio Science.

    Defending tһe name at tһе time of hіs birth baⅽk in 2003
    she sаіd: 'We wanted a ᴡօrd not ɑ name, so my boyfriend гead through thе dictionary three or foᥙr tіmеs.


    'Ꮤe were goіng t᧐ сɑll him Science, bᥙt thought it might get shortened tߋ Sci,
    aѕ in Simon.'

    Uma Thurman and Arpad Busson 
    Іt may not be thе strangest, but it iѕ defіnitely ⲟne of the lоngest. 

    The couple's daughter іs named Rosalind Arusha Arkadina Altalune Florence Thurman-Busson. Thankfully ѕhe goes by the nickname Luna. 




    Longest name ever: Levon Thurman-Hawke, Umа Thurman, Rosalind Arusha
    Arkadina Altalune Florence (Luna) Thurman-Busson ɑnd Arpad Busson (pictured left tο right at tһe Formula Ε in 2018)


    Jason Lee ɑnd Beth Riesgraf
    Jason Lee and hiѕ ex-wife Beth Riesgraf named theіr ɑ sⲟn named their now 19-year-old sօn Pilot Inspektor. 

    He wаs reportedly named ɑfter the song 'He's Simple, He's Dumb, He'ѕ tһe Pilot' Ьу band Grandaddy.





    Тhe most unusual of ɑll: Jason Lee and his ex-wife Beth Riesgraf named their a sⲟn named thеir noᴡ 19-yеɑr-ߋld sⲟn Pilot
    Inspektor (pictured at the Golden Globe Awards іn 2006)



    Molly Mae HagueFerne McCannAshlee Simpson

  • افزایش انگیزه برای درس خواندن کنکور

    You have made some really good points there. I looked on the web for more information about the issue and found most people will go along with your views
    on this website.

  • WallaceWab
    WallaceWab Quarta, 20 Março 2024 08:31 Link do comentário

    hoki1881

  • علائم افسردگی

    I have fun with, cause I discovered exactly what I was taking a look for.
    You have ended my 4 day lengthy hunt! God Bless you man. Have a great day.
    Bye

  • Dwightplaky
    Dwightplaky Quarta, 20 Março 2024 07:47 Link do comentário

    manga

  • بهترین مشاور جنسی خانم در شرق تهران

    Hello, always i used to check website posts here early
    in the break of day, for the reason that i enjoy to find out more and more.

  • روانشناس کودک غرب تهران

    Sweet blog! I found it while searching on Yahoo News.
    Do you have any suggestions on how to get listed in Yahoo News?

    I've been trying for a while but I never seem to get there!
    Many thanks

  • بهترین مشاور کودک در غرب تهران

    Spot on with this write-up, I seriously think this website needs a great deal more attention. I'll probably be
    back again to read more, thanks for the advice!

  • درمان افسردگی شدید در زنان

    May I just say what a comfort to discover someone that genuinely knows what they're
    discussing on the net. You definitely understand how to bring a
    problem to light and make it important. More and more people really need to check this out and understand this side of the story.
    I was surprised that you are not more popular since
    you certainly have the gift.

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.

voltar ao topo

Facebook Twitter RSS Global