Autenticar
Main menu

A AEG utiliza cookies para o melhor funcionamento do portal.

O uso deste site implica a aceitaçom do uso das ditas cookies. Podes obter mais informaçom aqui

Aceitar
Carlos Garrido Carlos Garrido

Dicionário Visual da Através Editora, belo e eficaz recurso para a aquisiçom e aperfeiçoamento do léxico galego (e português)

cg20

Carlos Garrido

Entre o vasto e variegado elenco livresco que fica compreendido no seio da família dos dicionários, é o género dicionário visual o mais vocacionado, e mais eficaz, para o desempenho de umha funçom didática, quando o correspondente objetivo consiste em que o consulente aceda de forma ágil e amena (através de relances ou «golpes de vista») ao conhecimento de esferas fundamentais, ou especiais, do léxico de umha ou mais línguas. Dadas as profundas insuficiência e deficiência que hoje caraterizam os usos lexicais realizados em galego por umha esmagadora maioria de cidadaos cultos da Galiza, e que perfilamos na monografia Léxico Galego: Degradaçom e Regeneraçom (2011), e dada a nossa ocupaçom com a prática e com o ensino da traduçom, desde há tempo estávamos muito conscientes de que umha ferramenta fundamental para o galego, e, ao mesmo tempo, umha deplorável lacuna do reintegracionismo, eram os dicionários visuais abrangentes e de focagem geral, que tam bom serviço venhem prestando a aprendizes de segundas línguas ou de línguas estrangeiras, freqüentemente sob a forma de obras bilingues ou plurilingues. Todavia, este recurso didático e lexicográfico, embora utilíssimo para a aquisiçom do léxico, pola sua dupla natureza verbo-icónica, sempre se revela de elaboraçom exigente e de dispendiosa materializaçom, polo que esperávamos que, no caso do galego, tal empreendimento, se vinhesse a tornar-se realidade, só poderia ser assumido, nesta altura, por umha das grandes editoras, com orientaçom isolacionista e com forte subsídio da administraçom autonómica.

Por isso, é com grande satisfaçom que aqui podemos resenhar a grata surpresa da recente vinda a lume de um dicionário visual galego, abrangente e de focagem geral, e com óptica reintegracionista, o Dicionário Visual da Através Editora [1], obra em parceria de quatro docentes de língua portuguesa (Diego Bernal, Eugénio Outeiro, Iago Bragado e Valentim Fagim) e de umha ilustradora (Andrea López). Ao coordenador deste projeto, Valentim Fagim (codiretor da Através Editora) caberá atribuirmos o grande mérito de ter engajado e organizado umha equipa de colaboradores competente, tanto no plano lingüístico como no gráfico, e de ter planeado um resultado conjunto muito digno, como vamos ver, e dentro de umhas margens materiais e económicas que, ao mesmo tempo, nom podiam ultrapassar as dimensons de um empreendimento desassistido, injustamente, de ajudas públicas. É claro que, nas presentes circunstáncias de discriminaçom do reintegracionismo, nom se revela possível a umha editora como a Através elaborar um dicionário visual da extensom e das caraterísticas materiais, por exemplo, das primorosas obras clássicas da escola quebenquense de Jean-Claude Corbeil que estám disponíveis em diversas línguas internacionais (entre as quais, no galego-português de Portugal), mas insistimos em que o resultado efetivamente atingido por esta equipa da Através é verdadeiramente digno, assaz solvente e de notável proveito para a causa da nossa língua na Galiza.

O Dicionário Visual da Através Editora estrutura-se em 44 capítulos que abrangem 43 campos temáticos (o dos animais é tratado em dous capítulos), desde «As crianças» (cap. 1) até «A morte» (cap. 44), passando por ámbitos designativos fundamentais como «A família» (cap. 2), «A saúde» (cap. 6), «A roupa» (cap. 7), «A casa» (cap. 11), «O Natal» (cap. 27), «Desportos» (cap. 30), «Música» (cap. 32), «Na escola» (cap. 37), «O computador» (cap. 40) ou «A economia» (cap. 43). Cada um destes capítulos consta de duas pranchas, profusamente ilustradas a cores e rotuladas —como é típico do género—, e —como interessante caráter peculiar desta obra, que reforça a sua eficácia didática— é seguido por umha série de exercícios de revisom que servem para ativar (e alargar) o vocabulário adquirido na respetiva secçom. Por último, as duas epígrafes finais do Dicionário correspondem às soluçons dos exercícios propostos e a um índice alfabético remissivo dos termos incluídos nas pranchas.

À vista das pranchas oferecidas no Dicionário Visual da Através, cabe dizer que a seleçom de campos temáticos abordados, e, em cada campo, a seleçom de conceitos efetivamente designados, é assaz criteriosa, o que quer dizer que se trata de umha amostra do léxico geral da língua simultaneamente abrangente e representativa, sem que nos pareça faltar algum campo importante (como é de esperar de umha obra que aspira a combater a castelhanizaçom lexical da Galiza, um dos critérios de seleçom de conceitos designados, é, justificadamente, o contraste denominativo entre galego-português e castelhano). Quanto ao componente iconográfico, podemos afirmar a sua grande eficácia, a sua ótima comunicatividade, pois, num espaço relativamente limitado, e conjugando espírito estético e funcionalidade, a ilustradora consegue otimamente corporizar em expressivos e atraentes desenhos o conceito que os termos devem evocar, e estes surgem em rótulos dotados de clareza e precisom denotativas. Um valor adicional das pranchas verbo-icónicas do dicionário reside na integraçom de motivos e conceitos peculiares da Galiza, ausentes polo geral doutros dicionários visuais, como as personagens galegas do Natal e do Entruido, acidentes da geografia física e política galega, etc.

Do ponto de vista idiomático, diga-se que a obra galega em apreço é unilingue (se bem que a seleçom de conceitos e a conceçom dos exercícios de aplicaçom respondam com freqüência a um critério contrastivo com o castelhano) e está redigida na norma ortográfica e morfológica lusitana, embora proponha, no quadro da geral coordenaçom lexical com o luso-brasileiro que é constitutiva do reintegracionismo, um número moderado de legítimos particularismos lexicais galegos (frente às outras variedades do galego-português), os quais, em todo o caso, surgem convenientemente marcados (com o símbolo «gz») e confrontados com as respetivas soluçons utilizadas em Portugal (símbolo «pt»), no Brasil («br»), e, nalguns casos, mesmo em Angola («ang») e em Moçambique («mç»). Ainda que, tendo em vista a aprendizagem das diversas variedades nacionais do galego-português, tal medida se revele de sumo interesse para o consulente, quer-nos parecer que, com um fito galego mais exclusivista, teria sido mais eficaz restringir a informaçom lexical às variedades galega e lusitana, porque a inclusom, sobretodo, das variantes brasileiras complica em bastantes casos a rotulaçom e impossibilita umha caraterizaçom mais acabada da designaçom galega (género gramatical, registo, ámbito de uso, estatuto normativo), como comentaremos mais abaixo.

evando em conta todo o dito até agora, é claro que nos congratulamos enormemente da apariçom do Dicionário Visual da Através Editora e que o avaliamos como altamente recomendável e prestimoso para a causa da língua e do reintegracionismo. No entanto, a nossa análise da obra nom ficaria completa se nom assinalássemos aqui, também, com ánimo construtivo, algumhas falhas ou insuficiências, de importáncia secundária, que detetamos nas suas páginas ao longo da nossa leitura/contemplaçom, e de que a seguir deixamos constáncia, por se os autores as quigessem reparar em eventuais reediçons.

Antes de mais nada, no capítulo de «queixas», umha inconveniência derivada da confiança excessiva que os autores tenhem na eficácia comunicativa da norma morfográfica lusitana aplicada hoje ao galego. Na página 9, o dicionário assevera: «Na Galiza, esta grafia [terminaçom -ão] corresponde-se com três pronúncias possíveis, mas todo o mundo sabe como é». Pois nom, nom nos parece assim tam fácil! Claro, podemos esperar que todos os galegos leiam hoje bastão, corretamente, como bastom, e capitão como capitám, e talvez irmão como irmao, mas acontecerá o mesmo com palavras que nom circulam habitualmente no atual galego espontáneo? Muito receamos que nom! Por exemplo, lerám todos os consulentes do dicionário, corretamente, alçapão (pág. 135) como alçapom (e nom como *alçapám ou *alçapao)? E porão (pág. 147), corretamente, como porao (e nom como (*)porám ou *porom [2])? E leilão, corretamente, como leilám (e nom como *leilom ou *leilao)? E, enfim, ecrã (pág. 170), sem sombra de dúvida, como ecrám? Permitam-nos os autores que duvidemos muito, e que, por isso, lhes recomendemos umha anotaçom marginal dessas palavras na norma galega reintegracionista [3].

No domínio da (orto)grafia (que, em contra de um boato muito difundido, nom inclui a questom versada no parágrafo anterior, a qual é, na realidade, de natureza morfológica ou, antes, morfográfica), temos de consignar aqui a errática distribuiçom das maiúsculas que às vezes efetuam os autores do dicionário. Além da rechamante presença nos rótulos das pranchas de símbolos de país começados por minúscula (gz, pt, etc.), é de lamentar que, na pág. 86, os nomes do Sol, de planetas e de constelaçons (do zodíaco) surjam indevidametnte escritos com minúscula inicial, e que, na pág. 87, a Galiza e o Brasil figurem com minúscula inicial (enquanto Açores, Madeira e Portugal si apresentam a precetiva maiúscula).

No entanto, o aspeto, a nosso ver, menos satisfatório do Dicionário Visual da Através prende-se com o modo como os autores da obra procedem com certos elementos da configuraçom do léxico galego e com o modo de os apresentar na obra. Há alguns anos, lamentávamos num ensaio sobre traduçom científica que, no mundo do isolacionismo galego, nom era possível um avanço expressivo substancial por causa do seu quase absoluto fechamento aos progressos introduzidos no léxico galego polo campo reintegracionista e, nomeadamente, por causa da insolidariedade mostrada por alguns redatores e tradutores isolacionistas, que nom faziam uso nos seus textos de soluçons vocabulares ótimas que, anteriormente, e por coordenaçom com o luso-brasileiro, utilizaram autores precedentes (nom necessariamente reintegracionistas) da sua mesma especialidade. Infelizmente, tal insolidariedade lexical também se constata no Dicionário Visual da Através, com a agravante de a referência gratuitamente desconsiderada ser aqui do próprio campo reintegracionista. Referimo-nos, em primeiro lugar, a que os autores, mostrando um proceder que temos denunciado reiteradamente nos trabalhos lexicográficos do isolacionismo, nom declaram (no prólogo da obra) os critérios seguidos para a configuraçom do léxico galego, o que, neste livro didático, poderia efetuar-se, de forma suficiente, com umha caraterizaçom muito sintética, mas bem estruturada e justificada, da estratégia de coordenaçom com o luso-brasileiro; em segundo lugar, os autores nom mencionam umha referência fundamental para o projeto que abordam (o qual tem por base umha configuraçom reintegracionista do léxico galego), como é O Modelo Lexical Galego (2012), da Comissom Lingüística da AGAL (hoje continuada pola CL da AEG); de facto, observa-se que, nalguns casos, os autores desconsideram soluçons vocabulares propostas, com fundamento explícito, no MLG (algumhas, particularismos galegos), mas, em nengum ponto da obra justificam a razom das suas escolhas. Tenhem eles melhor critério do que a Comissom Lingüística da AGAL/AEG? Pode ser, mas em nengum momento participam aos seus leitores quais esses critérios e como os aplicam! Vejamos alguns exemplos em que o Dicionário Visual se mostra insolidário e leva a contrária ao MLG: fieito (pág. 103), em vez de fento; funcho (pág. 103), em vez de fiuncho (mas, de forma incoerente com esta soluçom, pág. 107: «moucho (gz) / mocho»!), freio ‘travom de automóvel ou de bicicleta’ (pág. 151 e 154), em vez de travom; fritar, em vez de fritir (pág. 63: fritadeira, em vez de fritideira [Gz]); menino (pág. 116), em vez de meninho; mijarmijada (pág. 80), em vez de mejar mejada... Mesmo nos crassos castelhanismos «mariposa / borboleta (br)» (estilo de nataçom, pág. 131) e mariposa ‘avelaínha, borboleta noturna’ (pág. 198)! À falta de umha explicaçom, escolhas como estas parecem ditadas pola improvisaçom, polo capricho.

Também em contraste com o prescrito no documento codificador da CL, o Dicionário Visual da Através propom com freqüência para o galego soluçons lexicais naturalizadas na atual Galiza pola alçada avassaladora do castelhano e alheias à variedade lusitana, mas «legitimadas» pola sua ocorrência na variedade brasileira: «bolinhas (gz, br) / berlinde (pt)» (pág. 122), «freio (gz, br) / travão (pt)» (pág. 151 e 154) e «patinete (gz, br) / trotinete (pt)» (pág. 155). Para além doutras consideraçons de peso em contra deste alvitre, o que cabe aqui objetar aos autores do dicionário é por que, entom, nom seguírom o mesmo critério em, por exemplo, «ventoinha / ventilador (br)» (pág. 74), «comboio / trem (br)» (pág. 83 e 147) ou «castanho / marrom (br)» (pág. 158)?

Duas palavras sobre os particularismos lexicais galegos. Umha boa quantidade deles som claros, indisputáveis, e constam bem indicados na obra, como «faiado (gz) / sótão» (pág. 54), «teito (gz) / teto» (pág. 58) ou «saltão (gz) / gafanhoto» (pág. 111); porém, há outros particularismos que mereceriam ser incorporados ao dicionário e que, incompreensivelmente, faltam (v. exemplos, como avelaínha, no parágrafo que precede o anterior!), e há outros efetivamente incluídos que apresentam problemas, como, por exemplo:

pág. 22: «fazer as beiras (gz) / engatar (pt) / paquerar (br)»: fazer as beiras nom é expressom de gíria, como as outras soluçons (necessidade de incorporar engatar e engate na Galiza!).

pág. 35: «padiola (gz), maca»: mas qual a relaçom entre padiola e maca? O termo maca corresponde ao utensílio na sua feitura moderna, e tal termo cremos que deve incorporar-se ao galego.

pág. 50: «chimpim (gz) / tombador»: chimpim é de registo popular, nom técnico!

pág. 62: «cunca (gz) / tigela»: tigela ‘recipiente para comer e beber’ também é soluçom galega!

pág. 71: «polo grelhado (gz) / frango grelhado»: mais genuíno, em galego, é o vocábulo pito.

pág. 103: «arume (gz) / agulha»: agulha tb. é galego, e caruma, Gz e Pt.

pág. 106: «cadelo (gz) / cachorro»: cachorro tb. é galego! (Como é que se dirá em galego cachorro-quente? Terá de dizer-se *«cadelo de leom»?!)

pág. 111: «cágado (gz) / girino (pt, br)»: girino é o vocábulo técnico, que deve ser usado também na Galiza no registo especializado (cágado é umha das muitas variantes populares existentes).

pág. 130: «seareiros(as) (gz) / adeptos(as) (pt) / torcedor(as) (br)»: devemos aceitar em galego o neologismo gratuitamente isolacionista improvisado na TVG?!

Para acabarmos de perfilar esta objeçom que levantamos à elaboraçom do Dicionário Visual da Através, queremos advertir que a forma de apresentar no livro a variaçom designativa de caráter geográfico pode ser confusa para alguns consulentes, de modo que, por exemplo, «larpeiro (gz), lambão(ona)» (pág. 43) pode ser (falsamente) interpretado no sentido de na Galiza nom se dizer lambom; «brêtema (gz), nevoeiro, névoa, cacimbo (ang)» (pág. 94), no sentido de na Galiza nom se dizer nem nevoeiro, nem névoa, e «engaço (gz), ancinho» (pág. 102 e 127), no sentido de na Galiza nom se dizer ancinho. De resto, em casos como estes, julgamos que os autores, seguindo o indicado no MLG, deveriam ter secundarizado (se nom omitido) tais particularismos galegos, os quais, frente às variantes comuns galego-luso-brasileiras, nom devem detentar na Galiza o mesmo estatuto normativo que estas (de facto, os próprios autores do dicionário, na pág. 151, só aduzem a soluçom faróis de nevoeiro, e nom *faróis de brêtema!). Também interessa chamarmos a atençom para a falta, nalguns casos, de umha conveniente distinçom entre registos ou ámbitos de uso, a qual, se, no seu contexto, nom se revela indispensável, por exemplo, no caso das expressons próprias da linguagem infantil da pág. 15, si teria sido necessária, sobretodo, no caso de «dar uma queca (pt), transar (br), foder», que surge na pág. 23 sem indicaçom de registo, e sem acompanhamento de fazer amor!

Por último no capítulo dos senons, umhas poucas observaçons respeitantes ao meu fraquinho temático. Acredito que, em justiça, apenas um tipo de especialista nom-lingüista pode ficar um tanto irritado com o Dicionário Visual da Através, e, que azar!, esse especialista é o zoólogo, como eu som! Com efeito, por um lado, o dicionário, indevidamente, escreve sem hífens as denominaçons vernáculas pluriverbais de grupos de organismos (ex.: *peixe sapo [pág. 67], por peixe-sapo; *urze branca [pág. 98], por urze-branca; *águia real [pág. 99], por águia-real; *bufo real [pág. 99], por bufo-real; *sapo concho [pág. 107], por sapo-concho) e, por outro lado, além de incorrer em mais inexatidons zoológicas das convenientes numha obra didática destas caraterísticas (v. parágrafo seguinte), a desenhista, em geral impecável, escorrega em duas vistosas incoerências verbo-icónicas que tenhem por vítima animais: na pág. 107 nom se vê, em contra do prometido, um moucho (atente-se na indevida presença de tufos auriculares!), e na pág. 118 nom se vê a lagosta anunciada na ementa, mas um bonito lobrigante (repare-se nas enormes pinças do bicho!).

Lapsos zoológicos adicionais detetados:

pág. 66: *«camarão / lagostim (br)», por «camarão-tigre, camarão graúdo, gamba». Tb. seria interessante incluir no dicionário «lagostim / lagostinha (Br)».

pág. 67: *«camarões, gambas», por «camarões».

pág. 111: *«cavalo-do-demo (gz) / libélula, libelinha (pt)»: os caval(inh)os-do-demo e as libélulas ou libelinhas som animais diferentes!

pág. 198: *cobra capuz, por cobra-capelo ou naja.

pág. 199: *«borboleta: inseto lepidóptero na última metamorfose»: definiçom errada, por «em estado adulto (imago), na última fase da metamorfose».

pág. 199: *«macaco: mamífero primata», por «mamífero primata da infraordem Símios, à exceção do homem».

Em conclusom, e deixando de parte os defeitos, de releváncia secundária, que aqui assinalamos [4], podemos dizer com grande satisfaçom que o Dicionário Visual da Através Editora vem preencher de forma brilhante umha sensível lacuna do reintegracionismo, e que ele representa um recurso muito importante e muito eficaz para a promoçom, nesta altura, da causa do galego, polo que damos os nossos cordiais parabéns aos autores e editores e fazemos votos para que a obra venha a desfrutar da difusom e reconhecimento que merece.

Notas

[1] Diego Bernal, Eugénio Outeiro, Iago Bragado, Valentim Fagim e Andrea López (ilustr.). 2019. Dicionário Visual. Através Editora. Santiago de Compostela.

[2] Tam difícil pode ser hoje para os galegos, nalguns casos, a terminaçom luso-brasileira -ão que, de facto, o que subscreve, e com ele toda a Comissom Lingüística da AGAL, utilizou a forma *porom em O Modelo Lexical Galego (2012). No entanto, porão, neologismo incorporado ao galego a partir do luso-brasileiro, provém de prão, e este de planus, polo que, do mesmo modo que chão, deverá ser lido em galego como porao.

[3] Para arredondarmos esta questom, e para os autores do Dicionário Visual tomarem, definitivamente, consciência das ciladas que, nalguns casos, a terminaçom -ão pode pôr aos galegos, será útil lembrarmos aqui aquele retrouso que o que subscreve inventou umha vez para explicar por que, em questom de pura naturalidade, a norma galega reintegracionista se revela superior à norma lusitana na sua aplicaçom ao galego: «A julgarmos polo som, são São Pedro e São Paulo».

[4] Para proveito e ilustraçom dos consulentes da obra (que assim poderám introduzir correçons in situ) e dos seus autores e editores (que assim poderám introduzir correçons numha eventual reediçom), a seguir consignamos outros (pequenos) lapsos que também detetamos no dicionário:

pág. 59: maçaneta é um puxador de forma arredondada (maçaneta provém de maçã: cf. cast. pomo), mas na ilustraçom a peça mostrada é alongada; portanto, puxador.

pág. 62: «máquina de lavar roupa»: é conveniente indicar a freqüente elisom de roupa: «máquina de lavar (roupa)».

pág. 66: «cabaça, abóbora»: estas duas palavras nom som sinónimas: cf. Recordes dos Seres Vivos: nota do tradutor 45 da pág. 170.

pág. 66: «abacaxi, ananás»: abacaxi é soluçom mais brasileira do que lusitana (e galega), polo que falta a correspondente marca geográfica.

pág. 91: «glaciar»: falta geleira (Br).

pág. 75: «ventoinha de teto / ventilador de teto (br)» falta «de teito (gz)».

pág. 86: melhor Úrano, prosódia etimológica, do que Urano.

pág. 91: *«floresta, mato»: o correto é «floresta, mata».

pág. 94: «brêtema (gz), nevoeiro, névoa, cacimbo (ang)». Nevoeiro e névoa nom som sinónimos estritos (névoa é um nevoeiro pouco denso). O correto teria sido utilizar só o sinónimo nom marcado, nevoeiro.

pág. 99: melhor a forma adaptada anoraque do que «anorak».

pág. 106: «cornos / chifres»: as duas palavras som sinónimas.

pág. 107: «pombo»: no Brasil, em contraste com o que acontece na Galiza e em Portugal, pomba é a forma nom marcada.

pág. 111: junto com carraça (Gz+Pt), falta carrapato (Br).

pág. 111: «vaga-lume (gz) / pirilampo (pt, br)»: vaga-lume também é soluçom lusitana e brasileira, e pirilampo, galega culta.

pág. 159: «caneta / esferográfica» (em referência a umha esferográfica): o uso preciso do vocábulo caneta é em referência a umha caneta de tinta permanente, a qual nom surge representada.

pág. 170: «ficheiro» (informática): falta «arquivo (br)».

pág. 182: «pote (gz) / mealheiro»: gralha por peto ‘pequeno recipiente para depositar pequenas quantidades de dinheiro aforradas’, como, de facto, em «peto de ânimas (gz) / alminhas» (pág. 187).

pág. 182: «magastar, esbanjar»: gralha por malgastar.

Última modificação emQuinta, 09 Janeiro 2020 23:46
Avalie este item
(3 votos)

6545 comentários

  • LarryWalge
    LarryWalge Terça, 14 Mai 2024 14:16 Link do comentário

    외국선물의 시작 골드리치증권와 동참하세요.

    골드리치는 장구한기간 회원분들과 더불어 선물시장의 진로을 공동으로 걸어왔으며, 고객분들의 보장된 자금운용 및 알찬 수익성을 향해 언제나 최선을 다하고 있습니다.

    왜 20,000+인 넘게이 골드리치와 함께할까요?

    신속한 솔루션: 간단하며 빠른속도의 프로세스를 마련하여 모두 수월하게 이용할 수 있습니다.
    안전보장 프로토콜: 국가기관에서 사용하는 높은 등급의 보안체계을 적용하고 있습니다.
    스마트 인가절차: 전체 거래내용은 암호처리 보호되어 본인 이외에는 그 누구도 내용을 접근할 수 없습니다.
    보장된 수익성 공급: 리스크 부분을 낮추어, 더욱 한층 확실한 수익률을 제시하며 그에 따른 리포트를 제공합니다.
    24 / 7 지속적인 고객지원: året runt 24시간 즉각적인 상담을 통해 회원분들을 모두 지원합니다.
    함께하는 협력사: 골드리치증권는 공기업은 물론 금융기관들 및 다수의 협력사와 공동으로 걸어오고.

    국외선물이란?
    다양한 정보를 참고하세요.

    국외선물은 해외에서 거래되는 파생상품 중 하나로, 특정 기초자산(예: 주식, 화폐, 상품 등)을 바탕로 한 옵션 약정을 지칭합니다. 근본적으로 옵션은 지정된 기초자산을 향후의 특정한 시점에 정해진 가격에 매수하거나 팔 수 있는 자격을 부여합니다. 국외선물옵션은 이러한 옵션 계약이 해외 시장에서 거래되는 것을 뜻합니다.

    해외선물은 크게 매수 옵션과 풋 옵션으로 나뉩니다. 콜 옵션은 특정 기초자산을 미래에 정해진 금액에 사는 권리를 허락하는 반면, 매도 옵션은 특정 기초자산을 미래에 정해진 금액에 매도할 수 있는 권리를 제공합니다.

    옵션 계약에서는 미래의 명시된 날짜에 (종료일이라 칭하는) 정해진 금액에 기초자산을 매수하거나 매도할 수 있는 권리를 보유하고 있습니다. 이러한 금액을 실행 금액이라고 하며, 만료일에는 해당 권리를 행사할지 여부를 결정할 수 있습니다. 따라서 옵션 계약은 거래자에게 향후의 시세 변동에 대한 보호나 수익 창출의 기회를 제공합니다.

    해외선물은 시장 참가자들에게 다양한 운용 및 매매거래 기회를 열어주며, 환율, 상품, 주식 등 다양한 자산유형에 대한 옵션 계약을 포함할 수 있습니다. 거래자는 매도 옵션을 통해 기초자산의 낙폭에 대한 보호를 받을 수 있고, 매수 옵션을 통해 활황에서의 수익을 노릴 수 있습니다.

    해외선물 거래의 원리

    행사 가격(Exercise Price): 외국선물에서 행사 가격은 옵션 계약에 따라 특정한 금액으로 계약됩니다. 만료일에 이 가격을 기준으로 옵션을 실행할 수 있습니다.
    만기일(Expiration Date): 옵션 계약의 만기일은 옵션의 실행이 불가능한 최종 일자를 지칭합니다. 이 일자 이후에는 옵션 계약이 만료되며, 더 이상 거래할 수 없습니다.
    매도 옵션(Put Option)과 매수 옵션(Call Option): 매도 옵션은 기초자산을 명시된 가격에 매도할 수 있는 권리를 부여하며, 매수 옵션은 기초자산을 명시된 금액에 사는 권리를 허락합니다.
    계약료(Premium): 외국선물 거래에서는 옵션 계약에 대한 프리미엄을 지불해야 합니다. 이는 옵션 계약에 대한 가격으로, 마켓에서의 수요와 공급량에 따라 변화됩니다.
    실행 방식(Exercise Strategy): 거래자는 만료일에 옵션을 행사할지 여부를 판단할 수 있습니다. 이는 시장 환경 및 투자 전략에 따라 상이하며, 옵션 계약의 수익을 최대화하거나 손실을 최소화하기 위해 선택됩니다.
    마켓 위험요인(Market Risk): 외국선물 거래는 마켓의 변동성에 영향을 받습니다. 가격 변동이 예상치 못한 진로으로 발생할 경우 손해이 발생할 수 있으며, 이러한 시장 위험요인를 축소하기 위해 투자자는 전략을 수립하고 투자를 계획해야 합니다.
    골드리치증권와 동반하는 외국선물은 안전하고 신뢰할 수 있는 투자를 위한 최적의 대안입니다. 회원님들의 투자를 지지하고 안내하기 위해 우리는 최선을 다하고 있습니다. 공동으로 더 나은 내일를 향해 전진하세요.

  • LarryWalge
    LarryWalge Terça, 14 Mai 2024 12:30 Link do comentário

    UEFA Euro 2024 Sân Chơi Bóng Đá Hấp Dẫn Nhất Của Châu Âu

    Euro 2024 là sự kiện bóng đá lớn nhất của châu Âu, không chỉ là một giải đấu mà còn là một cơ hội để các quốc gia thể hiện tài năng, sự đoàn kết và tinh thần cạnh tranh.

    Euro 2024 hứa hẹn sẽ mang lại những trận cầu đỉnh cao và kịch tính cho người hâm mộ trên khắp thế giới. Cùng tìm hiểu các thêm thông tin hấp dẫn về giải đấu này tại bài viết dưới đây, gồm:

    Nước chủ nhà
    Đội tuyển tham dự
    Thể thức thi đấu
    Thời gian diễn ra
    Sân vận động

    Euro 2024 sẽ được tổ chức tại Đức, một quốc gia có truyền thống vàng của bóng đá châu Âu.

    Đức là một đất nước giàu có lịch sử bóng đá với nhiều thành công quốc tế và trong những năm gần đây, họ đã thể hiện sức mạnh của mình ở cả mặt trận quốc tế và câu lạc bộ.

    Việc tổ chức Euro 2024 tại Đức không chỉ là một cơ hội để thể hiện năng lực tổ chức tuyệt vời mà còn là một dịp để giới thiệu văn hóa và sức mạnh thể thao của quốc gia này.

    Đội tuyển tham dự giải đấu Euro 2024

    Euro 2024 sẽ quy tụ 24 đội tuyển hàng đầu từ châu Âu. Các đội tuyển này sẽ là những đại diện cho sự đa dạng văn hóa và phong cách chơi bóng đá trên khắp châu lục.

    Các đội tuyển hàng đầu như Đức, Pháp, Tây Ban Nha, Bỉ, Italy, Anh và Hà Lan sẽ là những ứng viên nặng ký cho chức vô địch.

    Trong khi đó, các đội tuyển nhỏ hơn như Iceland, Wales hay Áo cũng sẽ mang đến những bất ngờ và thách thức cho các đối thủ.

    Các đội tuyển tham dự được chia thành 6 bảng đấu, gồm:

    Bảng A: Đức, Scotland, Hungary và Thuỵ Sĩ
    Bảng B: Tây Ban Nha, Croatia, Ý và Albania
    Bảng C: Slovenia, Đan Mạch, Serbia và Anh
    Bảng D: Ba Lan, Hà Lan, Áo và Pháp
    Bảng E: Bỉ, Slovakia, Romania và Ukraina
    Bảng F: Thổ Nhĩ Kỳ, Gruzia, Bồ Đào Nha và Cộng hoà Séc

  • https://www.cucumber7.com/

    It is appropriate time to make a few plans for the
    longer term and it is time to be happy. I've learn this submit and if I could I want
    to suggest you some attention-grabbing issues or advice.

    Maybe you can write subsequent articles referring to this
    article. I wish to read more things about it!

  • OrvilleUlcek
    OrvilleUlcek Terça, 14 Mai 2024 01:26 Link do comentário

    Rikvip Club: Trung Tâm Giải Trí Trực Tuyến Hàng Đầu tại Việt Nam

    Rikvip Club là một trong những nền tảng giải trí trực tuyến hàng đầu tại Việt Nam, cung cấp một loạt các trò chơi hấp dẫn và dịch vụ cho người dùng. Cho dù bạn là người dùng iPhone hay Android, Rikvip Club đều có một cái gì đó dành cho mọi người. Với sứ mạng và mục tiêu rõ ràng, Rikvip Club luôn cố gắng cung cấp những sản phẩm và dịch vụ tốt nhất cho khách hàng, tạo ra một trải nghiệm tiện lợi và thú vị cho người chơi.

    Sứ Mạng và Mục Tiêu của Rikvip

    Từ khi bắt đầu hoạt động, Rikvip Club đã có một kế hoạch kinh doanh rõ ràng, luôn nỗ lực để cung cấp cho khách hàng những sản phẩm và dịch vụ tốt nhất và tạo điều kiện thuận lợi nhất cho người chơi truy cập. Nhóm quản lý của Rikvip Club có những mục tiêu và ước muốn quyết liệt để biến Rikvip Club thành trung tâm giải trí hàng đầu trong lĩnh vực game đổi thưởng trực tuyến tại Việt Nam và trên toàn cầu.

    Trải Nghiệm Live Casino

    Rikvip Club không chỉ nổi bật với sự đa dạng của các trò chơi đổi thưởng mà còn với các phòng trò chơi casino trực tuyến thu hút tất cả người chơi. Môi trường này cam kết mang lại trải nghiệm chuyên nghiệp với tính xanh chín và sự uy tín không thể nghi ngờ. Đây là một sân chơi lý tưởng cho những người yêu thích thách thức bản thân và muốn tận hưởng niềm vui của chiến thắng. Với các sảnh cược phổ biến như Roulette, Sic Bo, Dragon Tiger, người chơi sẽ trải nghiệm những cảm xúc độc đáo và đặc biệt khi tham gia vào casino trực tuyến.

    Phương Thức Thanh Toán Tiện Lợi

    Rikvip Club đã được trang bị những công nghệ thanh toán tiên tiến ngay từ đầu, mang lại sự thuận tiện và linh hoạt cho người chơi trong việc sử dụng hệ thống thanh toán hàng ngày. Hơn nữa, Rikvip Club còn tích hợp nhiều phương thức giao dịch khác nhau để đáp ứng nhu cầu đa dạng của người chơi: Chuyển khoản Ngân hàng, Thẻ cào, Ví điện tử...

    Kết Luận

    Tóm lại, Rikvip Club không chỉ là một nền tảng trò chơi, mà còn là một cộng đồng nơi người chơi có thể tụ tập để tận hưởng niềm vui của trò chơi và cảm giác hồi hộp khi chiến thắng. Với cam kết cung cấp những sản phẩm và dịch vụ tốt nhất, Rikvip Club chắc chắn là điểm đến lý tưởng cho những người yêu thích trò chơi trực tuyến tại Việt Nam và cả thế giới.

  • https://www.cucumber7.com/

    The other day, while I was at work, my cousin stole my iphone and tested to see if
    it can survive a 40 foot drop, just so she can be a youtube sensation. My
    apple ipad is now broken and she has 83 views. I know this is completely
    off topic but I had to share it with someone!

  • darknet markets 2024

    I am sure this piece of writing has touched all the
    internet viewers, its really really fastidious piece of writing on building up
    new website. darknet markets 2024 https://oniondarkweb.com

  • paperhelp promo code

    Greate post. Keep posting such kind of info on your blog.
    Im really impressed by it.
    Hey there, You've performed a great job. I will definitely digg it and for
    my part suggest to my friends. I'm sure they'll be benefited from this web
    site.

  • darkmarket 2024
    darkmarket 2024 Domingo, 12 Mai 2024 00:19 Link do comentário

    Greetings! Very helpful advice within this post! It's the little changes that will
    make the largest changes. Thanks for sharing!

    darkmarket 2024 https://darknetlist.info

  • id.savefrom.net
    id.savefrom.net Domingo, 12 Mai 2024 00:14 Link do comentário

    Proses download biasanya membutuhkan waktu yang singkat, mengingat video Shorts hanya memiliki durasi yang pendek.

  • darknet market
    darknet market Sábado, 11 Mai 2024 16:35 Link do comentário

    Its not my first time to visit this web site, i am browsing this site dailly and obtain good facts from here everyday.
    darknet market https://mydarknetmarket.info

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.

voltar ao topo

Facebook Twitter RSS Global