Autenticar
Main menu

A AEG utiliza cookies para o melhor funcionamento do portal.

O uso deste site implica a aceitaçom do uso das ditas cookies. Podes obter mais informaçom aqui

Aceitar
Carlos Garrido Carlos Garrido

Dicionário Visual da Através Editora, belo e eficaz recurso para a aquisiçom e aperfeiçoamento do léxico galego (e português)

cg20

Carlos Garrido

Entre o vasto e variegado elenco livresco que fica compreendido no seio da família dos dicionários, é o género dicionário visual o mais vocacionado, e mais eficaz, para o desempenho de umha funçom didática, quando o correspondente objetivo consiste em que o consulente aceda de forma ágil e amena (através de relances ou «golpes de vista») ao conhecimento de esferas fundamentais, ou especiais, do léxico de umha ou mais línguas. Dadas as profundas insuficiência e deficiência que hoje caraterizam os usos lexicais realizados em galego por umha esmagadora maioria de cidadaos cultos da Galiza, e que perfilamos na monografia Léxico Galego: Degradaçom e Regeneraçom (2011), e dada a nossa ocupaçom com a prática e com o ensino da traduçom, desde há tempo estávamos muito conscientes de que umha ferramenta fundamental para o galego, e, ao mesmo tempo, umha deplorável lacuna do reintegracionismo, eram os dicionários visuais abrangentes e de focagem geral, que tam bom serviço venhem prestando a aprendizes de segundas línguas ou de línguas estrangeiras, freqüentemente sob a forma de obras bilingues ou plurilingues. Todavia, este recurso didático e lexicográfico, embora utilíssimo para a aquisiçom do léxico, pola sua dupla natureza verbo-icónica, sempre se revela de elaboraçom exigente e de dispendiosa materializaçom, polo que esperávamos que, no caso do galego, tal empreendimento, se vinhesse a tornar-se realidade, só poderia ser assumido, nesta altura, por umha das grandes editoras, com orientaçom isolacionista e com forte subsídio da administraçom autonómica.

Por isso, é com grande satisfaçom que aqui podemos resenhar a grata surpresa da recente vinda a lume de um dicionário visual galego, abrangente e de focagem geral, e com óptica reintegracionista, o Dicionário Visual da Através Editora [1], obra em parceria de quatro docentes de língua portuguesa (Diego Bernal, Eugénio Outeiro, Iago Bragado e Valentim Fagim) e de umha ilustradora (Andrea López). Ao coordenador deste projeto, Valentim Fagim (codiretor da Através Editora) caberá atribuirmos o grande mérito de ter engajado e organizado umha equipa de colaboradores competente, tanto no plano lingüístico como no gráfico, e de ter planeado um resultado conjunto muito digno, como vamos ver, e dentro de umhas margens materiais e económicas que, ao mesmo tempo, nom podiam ultrapassar as dimensons de um empreendimento desassistido, injustamente, de ajudas públicas. É claro que, nas presentes circunstáncias de discriminaçom do reintegracionismo, nom se revela possível a umha editora como a Através elaborar um dicionário visual da extensom e das caraterísticas materiais, por exemplo, das primorosas obras clássicas da escola quebenquense de Jean-Claude Corbeil que estám disponíveis em diversas línguas internacionais (entre as quais, no galego-português de Portugal), mas insistimos em que o resultado efetivamente atingido por esta equipa da Através é verdadeiramente digno, assaz solvente e de notável proveito para a causa da nossa língua na Galiza.

O Dicionário Visual da Através Editora estrutura-se em 44 capítulos que abrangem 43 campos temáticos (o dos animais é tratado em dous capítulos), desde «As crianças» (cap. 1) até «A morte» (cap. 44), passando por ámbitos designativos fundamentais como «A família» (cap. 2), «A saúde» (cap. 6), «A roupa» (cap. 7), «A casa» (cap. 11), «O Natal» (cap. 27), «Desportos» (cap. 30), «Música» (cap. 32), «Na escola» (cap. 37), «O computador» (cap. 40) ou «A economia» (cap. 43). Cada um destes capítulos consta de duas pranchas, profusamente ilustradas a cores e rotuladas —como é típico do género—, e —como interessante caráter peculiar desta obra, que reforça a sua eficácia didática— é seguido por umha série de exercícios de revisom que servem para ativar (e alargar) o vocabulário adquirido na respetiva secçom. Por último, as duas epígrafes finais do Dicionário correspondem às soluçons dos exercícios propostos e a um índice alfabético remissivo dos termos incluídos nas pranchas.

À vista das pranchas oferecidas no Dicionário Visual da Através, cabe dizer que a seleçom de campos temáticos abordados, e, em cada campo, a seleçom de conceitos efetivamente designados, é assaz criteriosa, o que quer dizer que se trata de umha amostra do léxico geral da língua simultaneamente abrangente e representativa, sem que nos pareça faltar algum campo importante (como é de esperar de umha obra que aspira a combater a castelhanizaçom lexical da Galiza, um dos critérios de seleçom de conceitos designados, é, justificadamente, o contraste denominativo entre galego-português e castelhano). Quanto ao componente iconográfico, podemos afirmar a sua grande eficácia, a sua ótima comunicatividade, pois, num espaço relativamente limitado, e conjugando espírito estético e funcionalidade, a ilustradora consegue otimamente corporizar em expressivos e atraentes desenhos o conceito que os termos devem evocar, e estes surgem em rótulos dotados de clareza e precisom denotativas. Um valor adicional das pranchas verbo-icónicas do dicionário reside na integraçom de motivos e conceitos peculiares da Galiza, ausentes polo geral doutros dicionários visuais, como as personagens galegas do Natal e do Entruido, acidentes da geografia física e política galega, etc.

Do ponto de vista idiomático, diga-se que a obra galega em apreço é unilingue (se bem que a seleçom de conceitos e a conceçom dos exercícios de aplicaçom respondam com freqüência a um critério contrastivo com o castelhano) e está redigida na norma ortográfica e morfológica lusitana, embora proponha, no quadro da geral coordenaçom lexical com o luso-brasileiro que é constitutiva do reintegracionismo, um número moderado de legítimos particularismos lexicais galegos (frente às outras variedades do galego-português), os quais, em todo o caso, surgem convenientemente marcados (com o símbolo «gz») e confrontados com as respetivas soluçons utilizadas em Portugal (símbolo «pt»), no Brasil («br»), e, nalguns casos, mesmo em Angola («ang») e em Moçambique («mç»). Ainda que, tendo em vista a aprendizagem das diversas variedades nacionais do galego-português, tal medida se revele de sumo interesse para o consulente, quer-nos parecer que, com um fito galego mais exclusivista, teria sido mais eficaz restringir a informaçom lexical às variedades galega e lusitana, porque a inclusom, sobretodo, das variantes brasileiras complica em bastantes casos a rotulaçom e impossibilita umha caraterizaçom mais acabada da designaçom galega (género gramatical, registo, ámbito de uso, estatuto normativo), como comentaremos mais abaixo.

evando em conta todo o dito até agora, é claro que nos congratulamos enormemente da apariçom do Dicionário Visual da Através Editora e que o avaliamos como altamente recomendável e prestimoso para a causa da língua e do reintegracionismo. No entanto, a nossa análise da obra nom ficaria completa se nom assinalássemos aqui, também, com ánimo construtivo, algumhas falhas ou insuficiências, de importáncia secundária, que detetamos nas suas páginas ao longo da nossa leitura/contemplaçom, e de que a seguir deixamos constáncia, por se os autores as quigessem reparar em eventuais reediçons.

Antes de mais nada, no capítulo de «queixas», umha inconveniência derivada da confiança excessiva que os autores tenhem na eficácia comunicativa da norma morfográfica lusitana aplicada hoje ao galego. Na página 9, o dicionário assevera: «Na Galiza, esta grafia [terminaçom -ão] corresponde-se com três pronúncias possíveis, mas todo o mundo sabe como é». Pois nom, nom nos parece assim tam fácil! Claro, podemos esperar que todos os galegos leiam hoje bastão, corretamente, como bastom, e capitão como capitám, e talvez irmão como irmao, mas acontecerá o mesmo com palavras que nom circulam habitualmente no atual galego espontáneo? Muito receamos que nom! Por exemplo, lerám todos os consulentes do dicionário, corretamente, alçapão (pág. 135) como alçapom (e nom como *alçapám ou *alçapao)? E porão (pág. 147), corretamente, como porao (e nom como (*)porám ou *porom [2])? E leilão, corretamente, como leilám (e nom como *leilom ou *leilao)? E, enfim, ecrã (pág. 170), sem sombra de dúvida, como ecrám? Permitam-nos os autores que duvidemos muito, e que, por isso, lhes recomendemos umha anotaçom marginal dessas palavras na norma galega reintegracionista [3].

No domínio da (orto)grafia (que, em contra de um boato muito difundido, nom inclui a questom versada no parágrafo anterior, a qual é, na realidade, de natureza morfológica ou, antes, morfográfica), temos de consignar aqui a errática distribuiçom das maiúsculas que às vezes efetuam os autores do dicionário. Além da rechamante presença nos rótulos das pranchas de símbolos de país começados por minúscula (gz, pt, etc.), é de lamentar que, na pág. 86, os nomes do Sol, de planetas e de constelaçons (do zodíaco) surjam indevidametnte escritos com minúscula inicial, e que, na pág. 87, a Galiza e o Brasil figurem com minúscula inicial (enquanto Açores, Madeira e Portugal si apresentam a precetiva maiúscula).

No entanto, o aspeto, a nosso ver, menos satisfatório do Dicionário Visual da Através prende-se com o modo como os autores da obra procedem com certos elementos da configuraçom do léxico galego e com o modo de os apresentar na obra. Há alguns anos, lamentávamos num ensaio sobre traduçom científica que, no mundo do isolacionismo galego, nom era possível um avanço expressivo substancial por causa do seu quase absoluto fechamento aos progressos introduzidos no léxico galego polo campo reintegracionista e, nomeadamente, por causa da insolidariedade mostrada por alguns redatores e tradutores isolacionistas, que nom faziam uso nos seus textos de soluçons vocabulares ótimas que, anteriormente, e por coordenaçom com o luso-brasileiro, utilizaram autores precedentes (nom necessariamente reintegracionistas) da sua mesma especialidade. Infelizmente, tal insolidariedade lexical também se constata no Dicionário Visual da Através, com a agravante de a referência gratuitamente desconsiderada ser aqui do próprio campo reintegracionista. Referimo-nos, em primeiro lugar, a que os autores, mostrando um proceder que temos denunciado reiteradamente nos trabalhos lexicográficos do isolacionismo, nom declaram (no prólogo da obra) os critérios seguidos para a configuraçom do léxico galego, o que, neste livro didático, poderia efetuar-se, de forma suficiente, com umha caraterizaçom muito sintética, mas bem estruturada e justificada, da estratégia de coordenaçom com o luso-brasileiro; em segundo lugar, os autores nom mencionam umha referência fundamental para o projeto que abordam (o qual tem por base umha configuraçom reintegracionista do léxico galego), como é O Modelo Lexical Galego (2012), da Comissom Lingüística da AGAL (hoje continuada pola CL da AEG); de facto, observa-se que, nalguns casos, os autores desconsideram soluçons vocabulares propostas, com fundamento explícito, no MLG (algumhas, particularismos galegos), mas, em nengum ponto da obra justificam a razom das suas escolhas. Tenhem eles melhor critério do que a Comissom Lingüística da AGAL/AEG? Pode ser, mas em nengum momento participam aos seus leitores quais esses critérios e como os aplicam! Vejamos alguns exemplos em que o Dicionário Visual se mostra insolidário e leva a contrária ao MLG: fieito (pág. 103), em vez de fento; funcho (pág. 103), em vez de fiuncho (mas, de forma incoerente com esta soluçom, pág. 107: «moucho (gz) / mocho»!), freio ‘travom de automóvel ou de bicicleta’ (pág. 151 e 154), em vez de travom; fritar, em vez de fritir (pág. 63: fritadeira, em vez de fritideira [Gz]); menino (pág. 116), em vez de meninho; mijarmijada (pág. 80), em vez de mejar mejada... Mesmo nos crassos castelhanismos «mariposa / borboleta (br)» (estilo de nataçom, pág. 131) e mariposa ‘avelaínha, borboleta noturna’ (pág. 198)! À falta de umha explicaçom, escolhas como estas parecem ditadas pola improvisaçom, polo capricho.

Também em contraste com o prescrito no documento codificador da CL, o Dicionário Visual da Através propom com freqüência para o galego soluçons lexicais naturalizadas na atual Galiza pola alçada avassaladora do castelhano e alheias à variedade lusitana, mas «legitimadas» pola sua ocorrência na variedade brasileira: «bolinhas (gz, br) / berlinde (pt)» (pág. 122), «freio (gz, br) / travão (pt)» (pág. 151 e 154) e «patinete (gz, br) / trotinete (pt)» (pág. 155). Para além doutras consideraçons de peso em contra deste alvitre, o que cabe aqui objetar aos autores do dicionário é por que, entom, nom seguírom o mesmo critério em, por exemplo, «ventoinha / ventilador (br)» (pág. 74), «comboio / trem (br)» (pág. 83 e 147) ou «castanho / marrom (br)» (pág. 158)?

Duas palavras sobre os particularismos lexicais galegos. Umha boa quantidade deles som claros, indisputáveis, e constam bem indicados na obra, como «faiado (gz) / sótão» (pág. 54), «teito (gz) / teto» (pág. 58) ou «saltão (gz) / gafanhoto» (pág. 111); porém, há outros particularismos que mereceriam ser incorporados ao dicionário e que, incompreensivelmente, faltam (v. exemplos, como avelaínha, no parágrafo que precede o anterior!), e há outros efetivamente incluídos que apresentam problemas, como, por exemplo:

pág. 22: «fazer as beiras (gz) / engatar (pt) / paquerar (br)»: fazer as beiras nom é expressom de gíria, como as outras soluçons (necessidade de incorporar engatar e engate na Galiza!).

pág. 35: «padiola (gz), maca»: mas qual a relaçom entre padiola e maca? O termo maca corresponde ao utensílio na sua feitura moderna, e tal termo cremos que deve incorporar-se ao galego.

pág. 50: «chimpim (gz) / tombador»: chimpim é de registo popular, nom técnico!

pág. 62: «cunca (gz) / tigela»: tigela ‘recipiente para comer e beber’ também é soluçom galega!

pág. 71: «polo grelhado (gz) / frango grelhado»: mais genuíno, em galego, é o vocábulo pito.

pág. 103: «arume (gz) / agulha»: agulha tb. é galego, e caruma, Gz e Pt.

pág. 106: «cadelo (gz) / cachorro»: cachorro tb. é galego! (Como é que se dirá em galego cachorro-quente? Terá de dizer-se *«cadelo de leom»?!)

pág. 111: «cágado (gz) / girino (pt, br)»: girino é o vocábulo técnico, que deve ser usado também na Galiza no registo especializado (cágado é umha das muitas variantes populares existentes).

pág. 130: «seareiros(as) (gz) / adeptos(as) (pt) / torcedor(as) (br)»: devemos aceitar em galego o neologismo gratuitamente isolacionista improvisado na TVG?!

Para acabarmos de perfilar esta objeçom que levantamos à elaboraçom do Dicionário Visual da Através, queremos advertir que a forma de apresentar no livro a variaçom designativa de caráter geográfico pode ser confusa para alguns consulentes, de modo que, por exemplo, «larpeiro (gz), lambão(ona)» (pág. 43) pode ser (falsamente) interpretado no sentido de na Galiza nom se dizer lambom; «brêtema (gz), nevoeiro, névoa, cacimbo (ang)» (pág. 94), no sentido de na Galiza nom se dizer nem nevoeiro, nem névoa, e «engaço (gz), ancinho» (pág. 102 e 127), no sentido de na Galiza nom se dizer ancinho. De resto, em casos como estes, julgamos que os autores, seguindo o indicado no MLG, deveriam ter secundarizado (se nom omitido) tais particularismos galegos, os quais, frente às variantes comuns galego-luso-brasileiras, nom devem detentar na Galiza o mesmo estatuto normativo que estas (de facto, os próprios autores do dicionário, na pág. 151, só aduzem a soluçom faróis de nevoeiro, e nom *faróis de brêtema!). Também interessa chamarmos a atençom para a falta, nalguns casos, de umha conveniente distinçom entre registos ou ámbitos de uso, a qual, se, no seu contexto, nom se revela indispensável, por exemplo, no caso das expressons próprias da linguagem infantil da pág. 15, si teria sido necessária, sobretodo, no caso de «dar uma queca (pt), transar (br), foder», que surge na pág. 23 sem indicaçom de registo, e sem acompanhamento de fazer amor!

Por último no capítulo dos senons, umhas poucas observaçons respeitantes ao meu fraquinho temático. Acredito que, em justiça, apenas um tipo de especialista nom-lingüista pode ficar um tanto irritado com o Dicionário Visual da Através, e, que azar!, esse especialista é o zoólogo, como eu som! Com efeito, por um lado, o dicionário, indevidamente, escreve sem hífens as denominaçons vernáculas pluriverbais de grupos de organismos (ex.: *peixe sapo [pág. 67], por peixe-sapo; *urze branca [pág. 98], por urze-branca; *águia real [pág. 99], por águia-real; *bufo real [pág. 99], por bufo-real; *sapo concho [pág. 107], por sapo-concho) e, por outro lado, além de incorrer em mais inexatidons zoológicas das convenientes numha obra didática destas caraterísticas (v. parágrafo seguinte), a desenhista, em geral impecável, escorrega em duas vistosas incoerências verbo-icónicas que tenhem por vítima animais: na pág. 107 nom se vê, em contra do prometido, um moucho (atente-se na indevida presença de tufos auriculares!), e na pág. 118 nom se vê a lagosta anunciada na ementa, mas um bonito lobrigante (repare-se nas enormes pinças do bicho!).

Lapsos zoológicos adicionais detetados:

pág. 66: *«camarão / lagostim (br)», por «camarão-tigre, camarão graúdo, gamba». Tb. seria interessante incluir no dicionário «lagostim / lagostinha (Br)».

pág. 67: *«camarões, gambas», por «camarões».

pág. 111: *«cavalo-do-demo (gz) / libélula, libelinha (pt)»: os caval(inh)os-do-demo e as libélulas ou libelinhas som animais diferentes!

pág. 198: *cobra capuz, por cobra-capelo ou naja.

pág. 199: *«borboleta: inseto lepidóptero na última metamorfose»: definiçom errada, por «em estado adulto (imago), na última fase da metamorfose».

pág. 199: *«macaco: mamífero primata», por «mamífero primata da infraordem Símios, à exceção do homem».

Em conclusom, e deixando de parte os defeitos, de releváncia secundária, que aqui assinalamos [4], podemos dizer com grande satisfaçom que o Dicionário Visual da Através Editora vem preencher de forma brilhante umha sensível lacuna do reintegracionismo, e que ele representa um recurso muito importante e muito eficaz para a promoçom, nesta altura, da causa do galego, polo que damos os nossos cordiais parabéns aos autores e editores e fazemos votos para que a obra venha a desfrutar da difusom e reconhecimento que merece.

Notas

[1] Diego Bernal, Eugénio Outeiro, Iago Bragado, Valentim Fagim e Andrea López (ilustr.). 2019. Dicionário Visual. Através Editora. Santiago de Compostela.

[2] Tam difícil pode ser hoje para os galegos, nalguns casos, a terminaçom luso-brasileira -ão que, de facto, o que subscreve, e com ele toda a Comissom Lingüística da AGAL, utilizou a forma *porom em O Modelo Lexical Galego (2012). No entanto, porão, neologismo incorporado ao galego a partir do luso-brasileiro, provém de prão, e este de planus, polo que, do mesmo modo que chão, deverá ser lido em galego como porao.

[3] Para arredondarmos esta questom, e para os autores do Dicionário Visual tomarem, definitivamente, consciência das ciladas que, nalguns casos, a terminaçom -ão pode pôr aos galegos, será útil lembrarmos aqui aquele retrouso que o que subscreve inventou umha vez para explicar por que, em questom de pura naturalidade, a norma galega reintegracionista se revela superior à norma lusitana na sua aplicaçom ao galego: «A julgarmos polo som, são São Pedro e São Paulo».

[4] Para proveito e ilustraçom dos consulentes da obra (que assim poderám introduzir correçons in situ) e dos seus autores e editores (que assim poderám introduzir correçons numha eventual reediçom), a seguir consignamos outros (pequenos) lapsos que também detetamos no dicionário:

pág. 59: maçaneta é um puxador de forma arredondada (maçaneta provém de maçã: cf. cast. pomo), mas na ilustraçom a peça mostrada é alongada; portanto, puxador.

pág. 62: «máquina de lavar roupa»: é conveniente indicar a freqüente elisom de roupa: «máquina de lavar (roupa)».

pág. 66: «cabaça, abóbora»: estas duas palavras nom som sinónimas: cf. Recordes dos Seres Vivos: nota do tradutor 45 da pág. 170.

pág. 66: «abacaxi, ananás»: abacaxi é soluçom mais brasileira do que lusitana (e galega), polo que falta a correspondente marca geográfica.

pág. 91: «glaciar»: falta geleira (Br).

pág. 75: «ventoinha de teto / ventilador de teto (br)» falta «de teito (gz)».

pág. 86: melhor Úrano, prosódia etimológica, do que Urano.

pág. 91: *«floresta, mato»: o correto é «floresta, mata».

pág. 94: «brêtema (gz), nevoeiro, névoa, cacimbo (ang)». Nevoeiro e névoa nom som sinónimos estritos (névoa é um nevoeiro pouco denso). O correto teria sido utilizar só o sinónimo nom marcado, nevoeiro.

pág. 99: melhor a forma adaptada anoraque do que «anorak».

pág. 106: «cornos / chifres»: as duas palavras som sinónimas.

pág. 107: «pombo»: no Brasil, em contraste com o que acontece na Galiza e em Portugal, pomba é a forma nom marcada.

pág. 111: junto com carraça (Gz+Pt), falta carrapato (Br).

pág. 111: «vaga-lume (gz) / pirilampo (pt, br)»: vaga-lume também é soluçom lusitana e brasileira, e pirilampo, galega culta.

pág. 159: «caneta / esferográfica» (em referência a umha esferográfica): o uso preciso do vocábulo caneta é em referência a umha caneta de tinta permanente, a qual nom surge representada.

pág. 170: «ficheiro» (informática): falta «arquivo (br)».

pág. 182: «pote (gz) / mealheiro»: gralha por peto ‘pequeno recipiente para depositar pequenas quantidades de dinheiro aforradas’, como, de facto, em «peto de ânimas (gz) / alminhas» (pág. 187).

pág. 182: «magastar, esbanjar»: gralha por malgastar.

Última modificação emQuinta, 09 Janeiro 2020 23:46
Avalie este item
(3 votos)

8998 comentários

  • Oborydovanie aktovih zalov_smkl

    оборудование актового зала оборудование актового зала .

  • Oborydovanie aktovih zalov_cakl

    оборудование актового зала оборудование актового зала .

  • Oborydovanie aktovih zalov_czkl

    световое оборудование для актового зала https://oborudovanija-dlja-aktovyh-zalov.ru/ .

  • Oborydovanie aktovih zalov_hmkl

    акустическое оборудование для актового зала http://www.oborudovanija-dlja-aktovyh-zalov.ru/ .

  • JamesShaws
    JamesShaws Sexta, 26 Julho 2024 21:39 Link do comentário

    RGBET trang chủ
    RGBET trang chủ với hệ thống game nhà cái đỉnh cao - Nhà cái uy tín số 1 Việt Nam trong lĩnh vực cờ bạc online

    RG trang chủ, RG RICH GAME, Nhà Cái RG
    RGBET Trang Chủ Và Câu Chuyện Thương Hiệu
    Ra đời vào năm 2010 tại Đài Loan, RGBET nhanh chóng trở thành một trang cá cược chất lượng hàng đầu khu vực Châu Á. Nhà cái được cấp phép hoạt động hợp pháp bởi công ty giải trí trực tuyến hợp pháp được ủy quyền và giám sát theo giấy phép Malta của Châu Âu - MGA. Và chịu sự giám sát chặt chẽ của tổ chức PAGCOR và BIV.

    RGBET trang chủ cung cấp cho người chơi đa dạng các thể loại cược đặc sắc như: thể thao, đá gà, xổ số, nổ hũ, casino trực tuyến. Dịch vụ CSKH luôn hoạt động 24/7. Với chứng chỉ công nghệ GEOTRUST, nhà cái đảm bảo an toàn cho mọi giao dịch của khách hàng. APP RG thiết kế tối ưu giải quyết mọi vấn đề của người dùng IOS và Android.

    Là một nhà cái đến từ đất nước công nghệ, nhà cái luôn không ngừng xây dựng và nâng cấp hệ thống game và dịch vụ hoàn hảo. Mọi giao dịch nạp rút được tự động hoá cho phép người chơi hoàn tất giao dịch chỉ với 2 phút vô cùng nhanh chóng

    RGBET Lớn Nhất Uy Tín Nhất - Giá Trị Cốt Lõi
    Nhà Cái RG Và Mục Tiêu Thương Hiệu
    Giá trị cốt lõi mà RGBET mong muốn hướng đến đó chính là không ngừng hoàn thiện để đem đến một hệ thống chất lượng, công bằng và an toàn. Nâng cao sự hài lòng của người chơi, đẩy mạnh hoạt động chống gian lận và lừa đảo. RG luôn cung cấp hệ thống kèo nhà cái đặc sắc, cùng các sự kiện - giải đấu hàng đầu và tỷ lệ cược cạnh tranh đáp ứng mọi nhu cầu khách hàng.

    Thương hiệu cá cược RGBET cam kết đem lại cho người chơi môi trường cá cược công bằng, văn minh và lành mạnh. Đây là nguồn động lực to lớn giúp nhà cái thực tế hóa các hoạt động của mình.

    RGBET Có Tầm Nhìn Và Sứ Mệnh
    Đổi mới và sáng tạo là yếu tố cốt lõi giúp đạt được mục tiêu dưới sự chuyển mình mạnh mẽ của công nghệ. Tầm nhìn và sứ mệnh của RGBET là luôn tìm tòi những điều mới lạ, đột phá mạnh mẽ, vượt khỏi giới hạn bản thân, đương đầu với thử thách để đem đến cho khách hàng sản phẩm hoàn thiện nhất.

    Chúng tôi luôn sẵn sàng tiếp thu ý kiến và nâng cao bản thân mỗi ngày để tạo ra sân chơi bổ ích, uy tín và chuyên nghiệp cho người chơi. Để có thể trở thành nhà cái phù hợp với mọi khách hàng.

    Khái Niệm Giá Trị Cốt Lõi Nhà Cái RGBET
    Giá trị cốt lõi của nhà cái RG luôn gắn kết chặt chẽ với nhau giữa 5 khái niệm: Chính trực, chuyên nghiệp, an toàn, đổi mới, công nghệ.

    Chính Trực
    Mọi quy luật, cách thức của trò chơi đều được nhà cái cung cấp công khai, minh bạch và chi tiết. Mỗi tựa game hoạt động đều phải chịu sự giám sát kỹ lưỡng bởi các cơ quan tổ chức có tiếng về sự an toàn và minh bạch của nó.

    Chuyên Nghiệp
    Các hoạt động tại RGBET trang chủ luôn đề cao sự chuyên nghiệp lên hàng đầu. Từ giao diện đến chất lượng sản phẩm luôn được trau chuốt tỉ mỉ từng chi tiết. Thế giới giải trí được xây dựng theo văn hóa Châu Á, phù hợp với đại đa số thị phần khách Việt.

    An Toàn
    RG lớn nhất uy tín nhất luôn ưu tiên sử dụng công nghệ mã hóa hiện đại nhất để đảm bảo an toàn, riêng tư cho toàn bộ thông tin của người chơi. Đơn vị cam kết nói không với hành vi gian lận và mua bán, trao đổi thông tin cá nhân bất hợp pháp.

    Đổi Mới
    Nhà cái luôn theo dõi và bắt kịp xu hướng thời đại, liên tục bổ sung các sản phẩm mới, phương thức cá cược mới và các ưu đãi độc lạ, mang đến những trải nghiệm thú vị cho người chơi.

    Công Nghệ
    RGBET trang chủ tập trung xây dựng một giao diện game sắc nét, sống động cùng tốc độ tải nhanh chóng. Ứng dụng RGBET giải nén ít dung lượng phù hợp với mọi hệ điều hành và cấu hình, tăng khả năng sử dụng của khách hàng.

    RGBET Khẳng Định Giá Trị Thương Hiệu
    Hoạt động hợp pháp với đầy đủ giấy phép, chứng chỉ an toàn đạt tiêu chuẩn quốc tế
    Hệ thống game đa màu sắc, đáp ứng được mọi nhu cầu người chơi
    Chính sách bảo mật RG hiện đại và đảm bảo an toàn cho người chơi cá cược
    Bắt tay hợp tác với nhiều đơn vị phát hành game uy tín, chất lượng thế giới
    Giao dịch nạp rút RG cấp tốc, nhanh gọn, bảo mật an toàn
    Kèo nhà cái đa dạng với bảng tỷ lệ kèo cao, hấp dẫn
    Dịch Vụ RGBET Casino Online
    Dịch vụ khách hàng
    Đội ngũ CSKH RGBET luôn hoạt động thường trực 24/7. Nhân viên được đào tạo chuyên sâu luôn giải đáp tất cả các khó khăn của người chơi về các vấn đề tài khoản, khuyến mãi, giao dịch một cách nhanh chóng và chuẩn xác. Hạn chế tối đa làm ảnh hưởng đến quá trình trải nghiệm của khách hàng.

    Đa dạng trò chơi
    Với sự nhạy bén trong cập nhật xu thế, nhà cái RGBET đã dành nhiều thời gian phân tích nhu cầu khách hàng, đem đến một kho tàng game chất lượng với đa dạng thể loại từ RG casino online, thể thao, nổ hũ, game bài, đá gà, xổ số.

    Khuyến mãi hấp dẫn
    RGBET trang chủ liên tục cập nhật và thay đổi các sự kiện ưu đãi đầy hấp dẫn và độc đáo. Mọi thành viên bất kể là người chơi mới, người chơi cũ hay hội viên VIP đều có cơ hội được hưởng ưu đãi đặc biệt từ nhà cái.

    Giao dịch linh hoạt, tốc độ
    Thương hiệu RGBET luôn chú tâm đến hệ thống giao dịch. Nhà cái cung cấp dịch vụ nạp rút nhanh chóng với đa dạng phương thức như thẻ cào, ví điện tử, ngân hàng điện tử, ngân hàng trực tiếp. Mọi hoạt động đều được bảo mật tuyệt đối bởi công nghệ mã hóa tiên tiến.

    App cá độ RGBET
    App cá độ RGBET là một ứng dụng cho phép người chơi đăng nhập RG nhanh chóng, đồng thời các thao tác đăng ký RG trên app cũng được tối ưu và trở nên đơn giản hơn. Tham gia cá cược RG bằng app cá độ, người chơi sẽ có 1 trải nghiệm cá cược tuyệt vời và thú vị.

    RGBET Có Chứng Nhận Cá Cược Quốc Tế
    Nhà cái RGBET hoạt động hợp pháp dưới sự cấp phép của hai tổ chức thế giới là PAGCOR và MGA, tính minh bạch và công bằng luôn được giám sát gắt gao bởi BIV. Khi tham gia cược tại đây, người chơi sẽ được đảm bảo quyền và lợi ích hợp pháp của mình.

    Việc sở hữu các chứng nhận quốc tế còn cho thấy nguồn tài chính ổn định, dồi dào của RGBET. Điều này cho thấy việc một nhà cái được công nhận bởi các cơ quan quốc tế không phải là một chuyện dễ.

    Theo quy định nhà cái RGBET, chỉ người chơi từ đủ 18 tuổi trở lên mới có thể tham gia cá cược tại RGBET
    MGA (Malta Gaming Authority)
    Tổ chức MGA đảm bảo tính vẹn toàn và ổn định của các trò chơi. Có các chính sách bảo vệ nguồn tài chính và quyền lợi của người chơi. Chứng nhận một nhà cái hoạt động có đầy đủ pháp lý, tuân thủ nghiêm chỉnh luật cờ bạc.

    Chứng nhận Quần đảo Virgin Vương quốc Anh (BIV)
    Tổ chứng chứng nhận nhà cái có đầy đủ tài chính để hoạt động kinh doanh cá cược. Với nguồn ngân sách dồi dào, ổn định nhà cái bảo đảm tính thanh khoản cho người chơi, mọi quyền lợi sẽ không bị xâm phạm.

    Giấy Phép PAGCOR
    Tổ chức cấp giấy phép cho nhà cái hoạt động đạt chuẩn theo tiêu chuẩn quốc tế. Cho phép nhà cái tổ chức cá cược một cách hợp pháp, không bị rào cản. Có chính sách ngăn chặn mọi trò chơi có dấu hiệu lừa đảo, duy trì sự minh bạch, công bằng.

    Nhà Cái RGBET Phát Triển Công Nghệ
    Nhà cái RGBET hỗ trợ trên nhiều thiết bị : IOS, Android, APP, WEB, Html5

    RG và Trách Nhiệm Xã Hội
    RGBET RichGame không đơn thuần là một trang cá cược giải trí mà nhà cái còn thể hiện rõ tính trách nhiệm xã hội của mình. Đơn vị luôn mong muốn người chơi tham gia cá cược phải có trách nhiệm với bản thân, gia đình và cả xã hội. Mọi hoạt động diễn ra tại RGBET trang chủ nói riêng hay bất kỳ trang web khác, người chơi phải thật sự bình tĩnh và lý trí, đừng để bản thân rơi vào “cạm bẫy của cờ bạc”.

    RGBET RichGame với chính sách nghiêm cấm mọi hành vi xâm phạm thông tin cá nhân và gian lận nhằm tạo ra một môi trường cá cược công bằng, lành mạnh. Nhà cái khuyến cáo mọi cá nhân chưa đủ 18 tuổi không nên đăng ký RG và tham gia vào bất kỳ hoạt động cá cược nào.
    rgbet 201bc50

  • oborydovanie aktovogo zala_hdKr

    Оборудование актовых залов http://oborudovanie-aktovogo-zala.ru/ .

  • Videosteni_camt
    Videosteni_camt Sexta, 26 Julho 2024 20:52 Link do comentário

    видеостена под ключ видеостена под ключ .

  • Videosteni_xnmt
    Videosteni_xnmt Sexta, 26 Julho 2024 20:49 Link do comentário

    видеостена цена в москве видеостена цена в москве .

  • oborydovanie aktovogo zala_sgKr

    световое оборудование для актового зала световое оборудование для актового зала .

  • Videosteni_kjmt
    Videosteni_kjmt Sexta, 26 Julho 2024 19:11 Link do comentário

    видеостена цена в москве видеостена цена в москве .

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.

voltar ao topo

Facebook Twitter RSS Global