Autenticar
Main menu

A AEG utiliza cookies para o melhor funcionamento do portal.

O uso deste site implica a aceitaçom do uso das ditas cookies. Podes obter mais informaçom aqui

Aceitar
Carlos Garrido Carlos Garrido

Dicionário Visual da Através Editora, belo e eficaz recurso para a aquisiçom e aperfeiçoamento do léxico galego (e português)

cg20

Carlos Garrido

Entre o vasto e variegado elenco livresco que fica compreendido no seio da família dos dicionários, é o género dicionário visual o mais vocacionado, e mais eficaz, para o desempenho de umha funçom didática, quando o correspondente objetivo consiste em que o consulente aceda de forma ágil e amena (através de relances ou «golpes de vista») ao conhecimento de esferas fundamentais, ou especiais, do léxico de umha ou mais línguas. Dadas as profundas insuficiência e deficiência que hoje caraterizam os usos lexicais realizados em galego por umha esmagadora maioria de cidadaos cultos da Galiza, e que perfilamos na monografia Léxico Galego: Degradaçom e Regeneraçom (2011), e dada a nossa ocupaçom com a prática e com o ensino da traduçom, desde há tempo estávamos muito conscientes de que umha ferramenta fundamental para o galego, e, ao mesmo tempo, umha deplorável lacuna do reintegracionismo, eram os dicionários visuais abrangentes e de focagem geral, que tam bom serviço venhem prestando a aprendizes de segundas línguas ou de línguas estrangeiras, freqüentemente sob a forma de obras bilingues ou plurilingues. Todavia, este recurso didático e lexicográfico, embora utilíssimo para a aquisiçom do léxico, pola sua dupla natureza verbo-icónica, sempre se revela de elaboraçom exigente e de dispendiosa materializaçom, polo que esperávamos que, no caso do galego, tal empreendimento, se vinhesse a tornar-se realidade, só poderia ser assumido, nesta altura, por umha das grandes editoras, com orientaçom isolacionista e com forte subsídio da administraçom autonómica.

Por isso, é com grande satisfaçom que aqui podemos resenhar a grata surpresa da recente vinda a lume de um dicionário visual galego, abrangente e de focagem geral, e com óptica reintegracionista, o Dicionário Visual da Através Editora [1], obra em parceria de quatro docentes de língua portuguesa (Diego Bernal, Eugénio Outeiro, Iago Bragado e Valentim Fagim) e de umha ilustradora (Andrea López). Ao coordenador deste projeto, Valentim Fagim (codiretor da Através Editora) caberá atribuirmos o grande mérito de ter engajado e organizado umha equipa de colaboradores competente, tanto no plano lingüístico como no gráfico, e de ter planeado um resultado conjunto muito digno, como vamos ver, e dentro de umhas margens materiais e económicas que, ao mesmo tempo, nom podiam ultrapassar as dimensons de um empreendimento desassistido, injustamente, de ajudas públicas. É claro que, nas presentes circunstáncias de discriminaçom do reintegracionismo, nom se revela possível a umha editora como a Através elaborar um dicionário visual da extensom e das caraterísticas materiais, por exemplo, das primorosas obras clássicas da escola quebenquense de Jean-Claude Corbeil que estám disponíveis em diversas línguas internacionais (entre as quais, no galego-português de Portugal), mas insistimos em que o resultado efetivamente atingido por esta equipa da Através é verdadeiramente digno, assaz solvente e de notável proveito para a causa da nossa língua na Galiza.

O Dicionário Visual da Através Editora estrutura-se em 44 capítulos que abrangem 43 campos temáticos (o dos animais é tratado em dous capítulos), desde «As crianças» (cap. 1) até «A morte» (cap. 44), passando por ámbitos designativos fundamentais como «A família» (cap. 2), «A saúde» (cap. 6), «A roupa» (cap. 7), «A casa» (cap. 11), «O Natal» (cap. 27), «Desportos» (cap. 30), «Música» (cap. 32), «Na escola» (cap. 37), «O computador» (cap. 40) ou «A economia» (cap. 43). Cada um destes capítulos consta de duas pranchas, profusamente ilustradas a cores e rotuladas —como é típico do género—, e —como interessante caráter peculiar desta obra, que reforça a sua eficácia didática— é seguido por umha série de exercícios de revisom que servem para ativar (e alargar) o vocabulário adquirido na respetiva secçom. Por último, as duas epígrafes finais do Dicionário correspondem às soluçons dos exercícios propostos e a um índice alfabético remissivo dos termos incluídos nas pranchas.

À vista das pranchas oferecidas no Dicionário Visual da Através, cabe dizer que a seleçom de campos temáticos abordados, e, em cada campo, a seleçom de conceitos efetivamente designados, é assaz criteriosa, o que quer dizer que se trata de umha amostra do léxico geral da língua simultaneamente abrangente e representativa, sem que nos pareça faltar algum campo importante (como é de esperar de umha obra que aspira a combater a castelhanizaçom lexical da Galiza, um dos critérios de seleçom de conceitos designados, é, justificadamente, o contraste denominativo entre galego-português e castelhano). Quanto ao componente iconográfico, podemos afirmar a sua grande eficácia, a sua ótima comunicatividade, pois, num espaço relativamente limitado, e conjugando espírito estético e funcionalidade, a ilustradora consegue otimamente corporizar em expressivos e atraentes desenhos o conceito que os termos devem evocar, e estes surgem em rótulos dotados de clareza e precisom denotativas. Um valor adicional das pranchas verbo-icónicas do dicionário reside na integraçom de motivos e conceitos peculiares da Galiza, ausentes polo geral doutros dicionários visuais, como as personagens galegas do Natal e do Entruido, acidentes da geografia física e política galega, etc.

Do ponto de vista idiomático, diga-se que a obra galega em apreço é unilingue (se bem que a seleçom de conceitos e a conceçom dos exercícios de aplicaçom respondam com freqüência a um critério contrastivo com o castelhano) e está redigida na norma ortográfica e morfológica lusitana, embora proponha, no quadro da geral coordenaçom lexical com o luso-brasileiro que é constitutiva do reintegracionismo, um número moderado de legítimos particularismos lexicais galegos (frente às outras variedades do galego-português), os quais, em todo o caso, surgem convenientemente marcados (com o símbolo «gz») e confrontados com as respetivas soluçons utilizadas em Portugal (símbolo «pt»), no Brasil («br»), e, nalguns casos, mesmo em Angola («ang») e em Moçambique («mç»). Ainda que, tendo em vista a aprendizagem das diversas variedades nacionais do galego-português, tal medida se revele de sumo interesse para o consulente, quer-nos parecer que, com um fito galego mais exclusivista, teria sido mais eficaz restringir a informaçom lexical às variedades galega e lusitana, porque a inclusom, sobretodo, das variantes brasileiras complica em bastantes casos a rotulaçom e impossibilita umha caraterizaçom mais acabada da designaçom galega (género gramatical, registo, ámbito de uso, estatuto normativo), como comentaremos mais abaixo.

evando em conta todo o dito até agora, é claro que nos congratulamos enormemente da apariçom do Dicionário Visual da Através Editora e que o avaliamos como altamente recomendável e prestimoso para a causa da língua e do reintegracionismo. No entanto, a nossa análise da obra nom ficaria completa se nom assinalássemos aqui, também, com ánimo construtivo, algumhas falhas ou insuficiências, de importáncia secundária, que detetamos nas suas páginas ao longo da nossa leitura/contemplaçom, e de que a seguir deixamos constáncia, por se os autores as quigessem reparar em eventuais reediçons.

Antes de mais nada, no capítulo de «queixas», umha inconveniência derivada da confiança excessiva que os autores tenhem na eficácia comunicativa da norma morfográfica lusitana aplicada hoje ao galego. Na página 9, o dicionário assevera: «Na Galiza, esta grafia [terminaçom -ão] corresponde-se com três pronúncias possíveis, mas todo o mundo sabe como é». Pois nom, nom nos parece assim tam fácil! Claro, podemos esperar que todos os galegos leiam hoje bastão, corretamente, como bastom, e capitão como capitám, e talvez irmão como irmao, mas acontecerá o mesmo com palavras que nom circulam habitualmente no atual galego espontáneo? Muito receamos que nom! Por exemplo, lerám todos os consulentes do dicionário, corretamente, alçapão (pág. 135) como alçapom (e nom como *alçapám ou *alçapao)? E porão (pág. 147), corretamente, como porao (e nom como (*)porám ou *porom [2])? E leilão, corretamente, como leilám (e nom como *leilom ou *leilao)? E, enfim, ecrã (pág. 170), sem sombra de dúvida, como ecrám? Permitam-nos os autores que duvidemos muito, e que, por isso, lhes recomendemos umha anotaçom marginal dessas palavras na norma galega reintegracionista [3].

No domínio da (orto)grafia (que, em contra de um boato muito difundido, nom inclui a questom versada no parágrafo anterior, a qual é, na realidade, de natureza morfológica ou, antes, morfográfica), temos de consignar aqui a errática distribuiçom das maiúsculas que às vezes efetuam os autores do dicionário. Além da rechamante presença nos rótulos das pranchas de símbolos de país começados por minúscula (gz, pt, etc.), é de lamentar que, na pág. 86, os nomes do Sol, de planetas e de constelaçons (do zodíaco) surjam indevidametnte escritos com minúscula inicial, e que, na pág. 87, a Galiza e o Brasil figurem com minúscula inicial (enquanto Açores, Madeira e Portugal si apresentam a precetiva maiúscula).

No entanto, o aspeto, a nosso ver, menos satisfatório do Dicionário Visual da Através prende-se com o modo como os autores da obra procedem com certos elementos da configuraçom do léxico galego e com o modo de os apresentar na obra. Há alguns anos, lamentávamos num ensaio sobre traduçom científica que, no mundo do isolacionismo galego, nom era possível um avanço expressivo substancial por causa do seu quase absoluto fechamento aos progressos introduzidos no léxico galego polo campo reintegracionista e, nomeadamente, por causa da insolidariedade mostrada por alguns redatores e tradutores isolacionistas, que nom faziam uso nos seus textos de soluçons vocabulares ótimas que, anteriormente, e por coordenaçom com o luso-brasileiro, utilizaram autores precedentes (nom necessariamente reintegracionistas) da sua mesma especialidade. Infelizmente, tal insolidariedade lexical também se constata no Dicionário Visual da Através, com a agravante de a referência gratuitamente desconsiderada ser aqui do próprio campo reintegracionista. Referimo-nos, em primeiro lugar, a que os autores, mostrando um proceder que temos denunciado reiteradamente nos trabalhos lexicográficos do isolacionismo, nom declaram (no prólogo da obra) os critérios seguidos para a configuraçom do léxico galego, o que, neste livro didático, poderia efetuar-se, de forma suficiente, com umha caraterizaçom muito sintética, mas bem estruturada e justificada, da estratégia de coordenaçom com o luso-brasileiro; em segundo lugar, os autores nom mencionam umha referência fundamental para o projeto que abordam (o qual tem por base umha configuraçom reintegracionista do léxico galego), como é O Modelo Lexical Galego (2012), da Comissom Lingüística da AGAL (hoje continuada pola CL da AEG); de facto, observa-se que, nalguns casos, os autores desconsideram soluçons vocabulares propostas, com fundamento explícito, no MLG (algumhas, particularismos galegos), mas, em nengum ponto da obra justificam a razom das suas escolhas. Tenhem eles melhor critério do que a Comissom Lingüística da AGAL/AEG? Pode ser, mas em nengum momento participam aos seus leitores quais esses critérios e como os aplicam! Vejamos alguns exemplos em que o Dicionário Visual se mostra insolidário e leva a contrária ao MLG: fieito (pág. 103), em vez de fento; funcho (pág. 103), em vez de fiuncho (mas, de forma incoerente com esta soluçom, pág. 107: «moucho (gz) / mocho»!), freio ‘travom de automóvel ou de bicicleta’ (pág. 151 e 154), em vez de travom; fritar, em vez de fritir (pág. 63: fritadeira, em vez de fritideira [Gz]); menino (pág. 116), em vez de meninho; mijarmijada (pág. 80), em vez de mejar mejada... Mesmo nos crassos castelhanismos «mariposa / borboleta (br)» (estilo de nataçom, pág. 131) e mariposa ‘avelaínha, borboleta noturna’ (pág. 198)! À falta de umha explicaçom, escolhas como estas parecem ditadas pola improvisaçom, polo capricho.

Também em contraste com o prescrito no documento codificador da CL, o Dicionário Visual da Através propom com freqüência para o galego soluçons lexicais naturalizadas na atual Galiza pola alçada avassaladora do castelhano e alheias à variedade lusitana, mas «legitimadas» pola sua ocorrência na variedade brasileira: «bolinhas (gz, br) / berlinde (pt)» (pág. 122), «freio (gz, br) / travão (pt)» (pág. 151 e 154) e «patinete (gz, br) / trotinete (pt)» (pág. 155). Para além doutras consideraçons de peso em contra deste alvitre, o que cabe aqui objetar aos autores do dicionário é por que, entom, nom seguírom o mesmo critério em, por exemplo, «ventoinha / ventilador (br)» (pág. 74), «comboio / trem (br)» (pág. 83 e 147) ou «castanho / marrom (br)» (pág. 158)?

Duas palavras sobre os particularismos lexicais galegos. Umha boa quantidade deles som claros, indisputáveis, e constam bem indicados na obra, como «faiado (gz) / sótão» (pág. 54), «teito (gz) / teto» (pág. 58) ou «saltão (gz) / gafanhoto» (pág. 111); porém, há outros particularismos que mereceriam ser incorporados ao dicionário e que, incompreensivelmente, faltam (v. exemplos, como avelaínha, no parágrafo que precede o anterior!), e há outros efetivamente incluídos que apresentam problemas, como, por exemplo:

pág. 22: «fazer as beiras (gz) / engatar (pt) / paquerar (br)»: fazer as beiras nom é expressom de gíria, como as outras soluçons (necessidade de incorporar engatar e engate na Galiza!).

pág. 35: «padiola (gz), maca»: mas qual a relaçom entre padiola e maca? O termo maca corresponde ao utensílio na sua feitura moderna, e tal termo cremos que deve incorporar-se ao galego.

pág. 50: «chimpim (gz) / tombador»: chimpim é de registo popular, nom técnico!

pág. 62: «cunca (gz) / tigela»: tigela ‘recipiente para comer e beber’ também é soluçom galega!

pág. 71: «polo grelhado (gz) / frango grelhado»: mais genuíno, em galego, é o vocábulo pito.

pág. 103: «arume (gz) / agulha»: agulha tb. é galego, e caruma, Gz e Pt.

pág. 106: «cadelo (gz) / cachorro»: cachorro tb. é galego! (Como é que se dirá em galego cachorro-quente? Terá de dizer-se *«cadelo de leom»?!)

pág. 111: «cágado (gz) / girino (pt, br)»: girino é o vocábulo técnico, que deve ser usado também na Galiza no registo especializado (cágado é umha das muitas variantes populares existentes).

pág. 130: «seareiros(as) (gz) / adeptos(as) (pt) / torcedor(as) (br)»: devemos aceitar em galego o neologismo gratuitamente isolacionista improvisado na TVG?!

Para acabarmos de perfilar esta objeçom que levantamos à elaboraçom do Dicionário Visual da Através, queremos advertir que a forma de apresentar no livro a variaçom designativa de caráter geográfico pode ser confusa para alguns consulentes, de modo que, por exemplo, «larpeiro (gz), lambão(ona)» (pág. 43) pode ser (falsamente) interpretado no sentido de na Galiza nom se dizer lambom; «brêtema (gz), nevoeiro, névoa, cacimbo (ang)» (pág. 94), no sentido de na Galiza nom se dizer nem nevoeiro, nem névoa, e «engaço (gz), ancinho» (pág. 102 e 127), no sentido de na Galiza nom se dizer ancinho. De resto, em casos como estes, julgamos que os autores, seguindo o indicado no MLG, deveriam ter secundarizado (se nom omitido) tais particularismos galegos, os quais, frente às variantes comuns galego-luso-brasileiras, nom devem detentar na Galiza o mesmo estatuto normativo que estas (de facto, os próprios autores do dicionário, na pág. 151, só aduzem a soluçom faróis de nevoeiro, e nom *faróis de brêtema!). Também interessa chamarmos a atençom para a falta, nalguns casos, de umha conveniente distinçom entre registos ou ámbitos de uso, a qual, se, no seu contexto, nom se revela indispensável, por exemplo, no caso das expressons próprias da linguagem infantil da pág. 15, si teria sido necessária, sobretodo, no caso de «dar uma queca (pt), transar (br), foder», que surge na pág. 23 sem indicaçom de registo, e sem acompanhamento de fazer amor!

Por último no capítulo dos senons, umhas poucas observaçons respeitantes ao meu fraquinho temático. Acredito que, em justiça, apenas um tipo de especialista nom-lingüista pode ficar um tanto irritado com o Dicionário Visual da Através, e, que azar!, esse especialista é o zoólogo, como eu som! Com efeito, por um lado, o dicionário, indevidamente, escreve sem hífens as denominaçons vernáculas pluriverbais de grupos de organismos (ex.: *peixe sapo [pág. 67], por peixe-sapo; *urze branca [pág. 98], por urze-branca; *águia real [pág. 99], por águia-real; *bufo real [pág. 99], por bufo-real; *sapo concho [pág. 107], por sapo-concho) e, por outro lado, além de incorrer em mais inexatidons zoológicas das convenientes numha obra didática destas caraterísticas (v. parágrafo seguinte), a desenhista, em geral impecável, escorrega em duas vistosas incoerências verbo-icónicas que tenhem por vítima animais: na pág. 107 nom se vê, em contra do prometido, um moucho (atente-se na indevida presença de tufos auriculares!), e na pág. 118 nom se vê a lagosta anunciada na ementa, mas um bonito lobrigante (repare-se nas enormes pinças do bicho!).

Lapsos zoológicos adicionais detetados:

pág. 66: *«camarão / lagostim (br)», por «camarão-tigre, camarão graúdo, gamba». Tb. seria interessante incluir no dicionário «lagostim / lagostinha (Br)».

pág. 67: *«camarões, gambas», por «camarões».

pág. 111: *«cavalo-do-demo (gz) / libélula, libelinha (pt)»: os caval(inh)os-do-demo e as libélulas ou libelinhas som animais diferentes!

pág. 198: *cobra capuz, por cobra-capelo ou naja.

pág. 199: *«borboleta: inseto lepidóptero na última metamorfose»: definiçom errada, por «em estado adulto (imago), na última fase da metamorfose».

pág. 199: *«macaco: mamífero primata», por «mamífero primata da infraordem Símios, à exceção do homem».

Em conclusom, e deixando de parte os defeitos, de releváncia secundária, que aqui assinalamos [4], podemos dizer com grande satisfaçom que o Dicionário Visual da Através Editora vem preencher de forma brilhante umha sensível lacuna do reintegracionismo, e que ele representa um recurso muito importante e muito eficaz para a promoçom, nesta altura, da causa do galego, polo que damos os nossos cordiais parabéns aos autores e editores e fazemos votos para que a obra venha a desfrutar da difusom e reconhecimento que merece.

Notas

[1] Diego Bernal, Eugénio Outeiro, Iago Bragado, Valentim Fagim e Andrea López (ilustr.). 2019. Dicionário Visual. Através Editora. Santiago de Compostela.

[2] Tam difícil pode ser hoje para os galegos, nalguns casos, a terminaçom luso-brasileira -ão que, de facto, o que subscreve, e com ele toda a Comissom Lingüística da AGAL, utilizou a forma *porom em O Modelo Lexical Galego (2012). No entanto, porão, neologismo incorporado ao galego a partir do luso-brasileiro, provém de prão, e este de planus, polo que, do mesmo modo que chão, deverá ser lido em galego como porao.

[3] Para arredondarmos esta questom, e para os autores do Dicionário Visual tomarem, definitivamente, consciência das ciladas que, nalguns casos, a terminaçom -ão pode pôr aos galegos, será útil lembrarmos aqui aquele retrouso que o que subscreve inventou umha vez para explicar por que, em questom de pura naturalidade, a norma galega reintegracionista se revela superior à norma lusitana na sua aplicaçom ao galego: «A julgarmos polo som, são São Pedro e São Paulo».

[4] Para proveito e ilustraçom dos consulentes da obra (que assim poderám introduzir correçons in situ) e dos seus autores e editores (que assim poderám introduzir correçons numha eventual reediçom), a seguir consignamos outros (pequenos) lapsos que também detetamos no dicionário:

pág. 59: maçaneta é um puxador de forma arredondada (maçaneta provém de maçã: cf. cast. pomo), mas na ilustraçom a peça mostrada é alongada; portanto, puxador.

pág. 62: «máquina de lavar roupa»: é conveniente indicar a freqüente elisom de roupa: «máquina de lavar (roupa)».

pág. 66: «cabaça, abóbora»: estas duas palavras nom som sinónimas: cf. Recordes dos Seres Vivos: nota do tradutor 45 da pág. 170.

pág. 66: «abacaxi, ananás»: abacaxi é soluçom mais brasileira do que lusitana (e galega), polo que falta a correspondente marca geográfica.

pág. 91: «glaciar»: falta geleira (Br).

pág. 75: «ventoinha de teto / ventilador de teto (br)» falta «de teito (gz)».

pág. 86: melhor Úrano, prosódia etimológica, do que Urano.

pág. 91: *«floresta, mato»: o correto é «floresta, mata».

pág. 94: «brêtema (gz), nevoeiro, névoa, cacimbo (ang)». Nevoeiro e névoa nom som sinónimos estritos (névoa é um nevoeiro pouco denso). O correto teria sido utilizar só o sinónimo nom marcado, nevoeiro.

pág. 99: melhor a forma adaptada anoraque do que «anorak».

pág. 106: «cornos / chifres»: as duas palavras som sinónimas.

pág. 107: «pombo»: no Brasil, em contraste com o que acontece na Galiza e em Portugal, pomba é a forma nom marcada.

pág. 111: junto com carraça (Gz+Pt), falta carrapato (Br).

pág. 111: «vaga-lume (gz) / pirilampo (pt, br)»: vaga-lume também é soluçom lusitana e brasileira, e pirilampo, galega culta.

pág. 159: «caneta / esferográfica» (em referência a umha esferográfica): o uso preciso do vocábulo caneta é em referência a umha caneta de tinta permanente, a qual nom surge representada.

pág. 170: «ficheiro» (informática): falta «arquivo (br)».

pág. 182: «pote (gz) / mealheiro»: gralha por peto ‘pequeno recipiente para depositar pequenas quantidades de dinheiro aforradas’, como, de facto, em «peto de ânimas (gz) / alminhas» (pág. 187).

pág. 182: «magastar, esbanjar»: gralha por malgastar.

Última modificação emQuinta, 09 Janeiro 2020 23:46
Avalie este item
(3 votos)

12495 comentários

  • Danielmok
    Danielmok Sábado, 08 Junho 2024 18:02 Link do comentário

    мобильное такси эконом такси в новочеркасске

  • Danielmok
    Danielmok Sábado, 08 Junho 2024 18:01 Link do comentário

    вызвать такси такси эконом

  • Danielmok
    Danielmok Sábado, 08 Junho 2024 17:59 Link do comentário

    телефон такси в новочеркасске вызвать такси в новочеркасске

  • Danielmok
    Danielmok Sábado, 08 Junho 2024 17:58 Link do comentário

    такси в аэропорт заказать такси эконом

  • ScottCalay
    ScottCalay Sábado, 08 Junho 2024 11:25 Link do comentário

    real money slots
    Discovering Money Slots

    Beginning
    Money slots have evolved into a popular option for players wanting the rush of earning real funds. This write-up examines the pros of money slots and why they are drawing more players.

    Pros of Money Slots
    Actual Payouts
    The key allure of gambling slots is the chance to gain actual money. As opposed to free slots, gambling slots provide users the excitement of potential economic gains.

    Wide Range of Games
    Gambling slots supply a broad range of types, features, and payment models. This makes sure that there is a game for every player, ranging from traditional classic 3-reel slots to modern video slots with several betting lines and special bonuses.

    Enticing Deals
    Numerous internet casinos supply enticing rewards for cash slot gamblers. These can include welcome bonuses, free spins, rebate offers, and member incentives. Such promotions enhance the general gambling adventure and give further potential to gain currency.

    Reasons Gamblers Prefer Cash Slots
    The Adrenaline of Gaining Genuine Funds
    Cash slots offer an exhilarating experience, as enthusiasts expect the chance of gaining real currency. This element imparts a further layer of excitement to the betting experience.

    Immediate Rewards
    Real money slots offer players the satisfaction of prompt rewards. Securing money quickly boosts the playing adventure, making it more gratifying.

    Extensive Game Variety
    Alongside real money slots, players can experience a extensive variety of slot games, guaranteeing that there is consistently something fresh to experience.

    Conclusion
    Money slots gives a thrilling and rewarding casino adventure. With the chance to secure real currency, a broad range of slot machines, and attractive bonuses, it's no wonder that various players prefer money slots for their playing requirements.

  • Leslienax
    Leslienax Sábado, 08 Junho 2024 11:13 Link do comentário

    Analyzing Lottery Betting Sites: An Engaging and Reachable Playing Option

    Preface
    Sweepstakes casinos are emerging as a preferred alternative for players seeking an thrilling and authorized approach to enjoy online gambling. In contrast to conventional internet-based betting sites, lottery betting sites function under alternative legitimate frameworks, allowing them to present events and gifts without being subject to the similar regulations. This piece explores the idea of promotion casinos, their benefits, and why they are drawing a growing amount of gamers.

    Defining Sweepstakes Casinos
    A lottery gambling platform operates by supplying participants with online money, which can be used to experience events. Players can gain additional internet coins or physical rewards, such as money. The primary difference from standard casinos is that users do not purchase funds immediately but get it through advertising campaigns, including acquiring a item or joining in a gratis access lottery. This framework allows sweepstakes casinos to operate legally in many areas where traditional online wagering is limited.

  • AlfredIcole
    AlfredIcole Sábado, 08 Junho 2024 10:22 Link do comentário


    한국마약 문제
    신속한 환충 서비스 및 주요업체의 안전
    베팅사이트 이용 시 핵심적인 부분 중 하나는 빠른 충환전 절차입니다. 일반적으로 3분 이내에 충전, 10분 안에 환전이 완료되어야 합니다. 대형 메이저업체들은 충분한 인력 채용으로 이러한 신속한 입출금 처리를 약속하며, 이를 통해 회원들에게 안전감을 드립니다. 대형사이트를 이용하면서 빠른 경험을 즐겨보세요. 우리는 여러분들이 보안성 있게 사이트를 사용할 수 있도록 돕는 먹튀 해결 팀입니다.

    보증금을 걸고 광고 배너 운영
    먹튀 해결 전문가는 최대한 삼천만 원에서 억대의 보증 금액을 예치하고 있는 회사들의 광고 배너를 운영합니다. 만일 먹튀 사고가 발생할 경우, 베팅 규정에 어긋나지 않은 베팅 내역을 캡처하여 먹튀 해결 전문가에게 연락 주시면, 사실 확인 후 보증 금액으로 즉시 피해 보전 처리해 드립니다. 피해가 생기면 신속하게 캡처해서 피해 내용을 저장해 두시고 제출해 주세요.

    장기 운영 안전업체 확인
    먹튀 해결 팀은 최소 4년 이상 먹튀 문제 없이 무사히 운영한 사이트만을 검증하여 배너 입점을 허용합니다. 이로 인해 누구나 알고 있는 대형사이트를 안심하고 접속할 수 있는 기회를 제공합니다. 정확한 검사 작업을 통해 인증된 사이트를 놓치지 말고, 보안된 도박을 경험해보세요.

    투명하고 공정한 먹튀 검증
    먹튀해결사의 먹튀 검토는 공정성과 공정을 바탕으로 실시합니다. 언제나 사용자들의 입장을 최우선으로 생각하며, 사이트의 유혹이나 이득에 흔들리지 않으며 하나의 삭제 없이 진실만을 기반으로 검증해왔습니다. 먹튀 사고를 당한 후 후회하지 않도록, 바로 지금 시작해보세요.

    먹튀 검증 사이트 목록
    먹튀해결사가 선별한 안전한 토토사이트 인증된 업체 목록 입니다. 지금 등록된 검증업체들은 먹튀 피해 발생 시 100% 보장을 제공해드립니다. 하지만, 제휴 기간이 만료된 업체에서 발생한 사고에 대해서는 책임이 없습니다.

    탁월한 먹튀 검증 알고리즘
    먹튀 해결 전문가는 공정한 베팅 문화를 조성하기 위해 항상 노력하고 있습니다. 저희는 추천하는 베팅사이트에서 안심하고 배팅하세요. 사용자의 먹튀 제보는 먹튀 목록에 등록 노출되어 그 해당 베팅 사이트에 중대한 영향을 끼칩니다. 먹튀 리스트 작성 시 먹튀블러드만의 검증 노하우를 최대로 사용하여 공정한 심사를 하도록 하겠습니다.

    안전한 베팅 문화를 제공하기 위해 계속해서 노력하는 먹튀 해결 팀과 동반하여 안심하고 경험해보세요.

  • Larryneark
    Larryneark Sábado, 08 Junho 2024 10:08 Link do comentário

    Unveiling the Domain of Online Casinos

    Introduction
    Currently, virtual casinos have changed the method players play gaming. With advanced tech, gamblers can get to their chosen gaming options from the ease of their living spaces. This piece delves into the advantages of online casinos and why they are amassing attention.

    Advantages of Casino Online
    Comfort
    One of the major perks of internet casinos is ease. Users can engage in gaming whenever they want and anywhere they desire, removing the demand to commute to a physical gaming house.

    Large Game Library
    Virtual casinos supply a wide array of gaming options, including traditional slot machines and casino classics to live dealer games and modern video slots games. This variety guarantees that there is a game for everyone.

    Perks and Specials
    Among the key appealing aspects of internet casinos is the range of rewards and deals offered to users. These can comprise welcome bonuses, free turns, refund offers, and rewards programs.

    Safety and Reliability
    Renowned casino online guarantee enthusiast safety and security with state-of-the-art security methods. This shields individual data and banking dealings.

    Why Many Players Prefer Casino Online
    Availability
    Internet casinos are widely reachable, permitting users from different locations to play gambling.

  • JamesSmoge
    JamesSmoge Sábado, 08 Junho 2024 09:52 Link do comentário

    yowestogel
    Motivasi dari Kutipan Taylor Swift: Harapan dan Kasih dalam Lagu-Lagunya
    Penyanyi Terkenal, seorang musisi dan songwriter populer, tidak hanya terkenal karena melodi yang elok dan nyanyian yang nyaring, tetapi juga oleh karena syair-syair lagu-lagunya yang sarat makna. Dalam kata-katanya, Swift sering menyajikan beraneka ragam aspek hidup, mulai dari asmara sampai dengan tantangan hidup. Berikut adalah sejumlah ucapan motivatif dari lagu-lagunya, dengan terjemahannya.

    "Mungkin yang terbaik belum datang." - "All Too Well"
    Arti: Bahkan di saat-saat sulit, selalu ada sedikit harapan dan peluang akan masa depan yang lebih baik.

    Syair ini dari lagu "All Too Well" membuat kita ingat jika walaupun kita mungkin mengalami masa-masa sulit pada saat ini, tetap ada potensi kalau hari esok akan membawa perubahan yang lebih baik. Hal ini adalah pesan pengharapan yang mengukuhkan, memotivasi kita untuk terus bertahan dan tidak menyerah, lantaran yang terhebat bisa jadi belum datang.

    "Aku akan tetap bertahan sebab aku tidak bisa mengerjakan apapun tanpamu." - "You Belong with Me"
    Makna: Memperoleh cinta dan bantuan dari orang lain dapat memberi kita daya dan niat untuk bertahan melalui tantangan.

  • Ronaldcag
    Ronaldcag Sábado, 08 Junho 2024 09:30 Link do comentário

    bigo4d
    Unduh Aplikasi 888 dan Raih Besar: Instruksi Cepat

    **Perangkat Lunak 888 adalah alternatif terbaik untuk Para Pengguna yang mencari aktivitas bertaruhan daring yang seru dan berjaya. Melalui keuntungan sehari-hari dan opsi memikat, aplikasi ini siap menawarkan keseruan main terbaik. Berikut petunjuk pendek untuk mengoptimalkan pemanfaatan App 888.

    Pasang dan Mulai Menangkan

    Sistem Terdapat:
    App 888 memungkinkan diambil di Sistem Android, HP iOS, dan Komputer. Segera bertaruhan dengan praktis di alat apa saja.

    Bonus Setiap Hari dan Hadiah

    Imbalan Mendaftar Tiap Hari:

    Buka pada hari untuk mendapatkan keuntungan sebesar 100K pada hari ketujuh.
    Kerjakan Pekerjaan:

    Ambil kesempatan lotere dengan menyelesaikan pekerjaan terkait. Satu tugas memberi Para Pengguna sebuah opsi undian untuk memenangkan imbalan mencapai 888K.
    Pengklaiman Mandiri:

    Hadiah harus diklaim manual di dalam perangkat lunak. Jangan lupa untuk meraih bonus setiap masa agar tidak tidak berlaku lagi.
    Mekanisme Lotere

    Kesempatan Undian:

    Tiap waktu, Pengguna bisa mendapatkan satu kesempatan lotere dengan menuntaskan misi.
    Jika peluang pengeretan selesai, rampungkan lebih banyak pekerjaan untuk mengklaim lebih banyak kesempatan.
    Level Bonus:

    Dapatkan hadiah jika total lotere Para Pengguna melampaui 100K dalam sehari.
    Kebijakan Pokok

    Penerimaan Imbalan:

    Bonus harus diambil manual dari perangkat lunak. Jika tidak, hadiah akan otomatis diserahkan ke akun pengguna Anda setelah satu periode.
    Persyaratan Bertaruh:

    Keuntungan membutuhkan minimal sebuah bertaruh valid untuk diklaim.
    Akhir
    Program 888 menawarkan permainan berjudi yang menggembirakan dengan imbalan signifikan. Download program saat ini dan nikmati hadiah signifikan setiap masa!

    Untuk data lebih rinci tentang promo, pengisian, dan agenda rujukan, kunjungi laman utama program.

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.

voltar ao topo

Facebook Twitter RSS Global